sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Bourgogne-épineuil

Já comentei na postagem sobre os queijos franceses, que o vinho que escolhemos para acompanhar nossa degustação de queijos foi um bourgogne; mais especificamente um bourgogne-épineuil. Os vinhos chamados bourgogne são mundialmente conhecidos e sua produção é bastante antiga, acredita-se que tenha iniciado no século II a.C.. Eles são produzidos na região da francesa denominada Borgonha, que compreende aos departamentos Yonne, Côte-d'Or, Nièvre e Saône-et-Loire. É uma região bastante grande e fragmentada, em consequência disso, a qualidade e algumas características do vinho variam bastante. Existem centenas de diferentes AOC dentro da região da Borgonha. A região produz principalmente vinhos brancos (Chardonnay e Aligoté), seguidos em número pelos tinhos (Gammay e Pinot Noir) e uma quantidade bem pequena de rosés. O Bourgogne-épineuil é a denominação específica para os vinhos produzidos na região de Tonnerre, que fica no departamento de Yonne. A cidade que dá nome a AOC é Épineuil, tem aproximadamente 600 habitantes e é a terra natal do famoso cartunista francês Alfred Grévin. Os bourgogne-épineuil tintos são produzidos exclusivamente com a uva Pinot Noir.

É uma variedade de uvas pequenas e densas, com grão ovóides e de coloração azul escuro. É considerada uma das uvas mais complexas do mundo. É uma variedade que exige solo argilo-calcário, clima continental e é  extremamente delicada, muito sensível a maioria de doenças e pragas, fazendo com que seu cultivo seja bastante complexo. Possuem um alto potencial de acúmulo de açúcar e uma acidez somente mediana, que pode ser insuficiente na maturidade. Os vinhos, via de regra, são potentes, ricos, com cores vivas, medianamente tânicos e que reagem muito bem ao envelhecimento (que pode ser de 2, 5, 10 ou mais anos, de acordo com o produtor). O bourgogne-épineuil que provamos era da vinícola Alain Mathias, da safra de 2008. Ganhou em 2009 a medalha de bronze no Concurso de Vinhos do Grand Auxerrois em 2009.
Não sei se não estavamos preparados para o sabor desse vinho, ou se o Château Chérubin (merlot/cabernet savignon) que tomamos a tarde não permitiu que percebêssemos as particularidades deste Pinot Noir; mas acabamos classificando-o simplesmente como um bom vinho. Sem muitos confetes! É um vinho bastante leve, "desce macio". A cor é linda! Vermelho brilhante, é bem aromático, frutas vermelhas. O sabor é suave. É bem gostoso! Mas, acho que precisamos de outra garrafa para sentir a sua complexidade. Talvez estivessemos muito mais preocupados em degustar os queijos... hehehe



Um comentário:

  1. O vinho da tarde vai atrapalhar minha vida ainda um bom tempo! Estão ótimos os post, vc anotou tudo e a pesquisa revela bastante dos vinhos. Eu tomava muito pinot noir na Alsácia que eram rosês e leves. Vou pesquisar para entender. Abração, P

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