domingo, 8 de maio de 2011

O bolinho de caramelo

Meses sem postar aqui no blog. Eu sei, abandonei quase que completamente. Mas... Voltamos ao Brasil e tudo volta ao "normal". Um monte de coisas pra fazer, vida pra acertar, etc e etc. E, no fim das contas, o blog era o meu contato com os amigos do Brasil. Estando aqui, acabou ficando obsoleto. Porém, hoje aconteceu um evento culinário que merecia ser registrado aqui. Super, hiper, ultra empolgada convidei seletos amigos para virem em casa comer uns quitutes; num clima meio chá da tarde com cerveja. Prometi o famoso pão de queijo e umas surpresinhas. O tal pão de queijo ficou absolutamente fantástico, mas admito que não tem muito segredo no preparo e mesmo com algumas barbeiragens pode ficar muito gostoso. O de hoje superou até as minhas expectativas. Depois do pão de queijo fiz o teste do mini-cake com queijo minas frescal, peito de peru e cebola. Hummmm... O tempeiro ficou bem gostoso, mas a forminha de cupcake grudou demais no bolinhos e eu diria que "atrapalhou' um pouco. Nada demais, uma falha superável. O grande problema foi a estrela da noite! Os moelleux de caramelo... Estou absolutamente frustrada, pois eles viraram medíocres bolinhos de caramelo. Os malditinhos até cresceram, mesmo sem fermento, nem claras em neve, nem nada que induzisse o crescimento. Cresceram porque quiseram crescer. Ficaram fofinhos! Oras bolas, eles são moelleux e não cupcakes ou muffins!!!! Todos na espectativa de cortar o bolinhos e escorrer um delicioso, LÍQUIDO recheio de caramelo e tcharam: bolinhos de caramelo! O forno, o tempo, eu... sabe-se lá o que aconteceu de errado, mas o que deveria ser um bolo semi batumado com recheio cremoso virou lindos e fofos bolinhos. Frustrante! O prêmio ficou para os pães de queijo e eu fiquei aqui, indignada em errar logo pra esses amigos.... Tudo bem... Afinal, a conversa foi ótima, a companhia fantástica, a sobremesa fofa e o "sol" ficou por aqui! Sem falar na minha nova xícara igualzinha a garrafa comemorativa do Campari... Deixemos para a próxima!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Delícias Vikings!

A próxima parada do nosso tour monarquico foi na Dinamarca. A comida por lá é mais pesada do que a sueca, um pouco parecida com a alemã. Afinal, os dinamarqueses são os vikings que se fixaram no continente. Deixaram o mundo da fantasia da península escandinava... Copenhague também têm as barraquinhas com o churros de salsicha (Franskmannen na Suécia), mas lá chama-se Pølse. Acabamos não provando a comida de rua em Copenhague, optamos por outras experiências gastronômicas. 
Spareribs.
A primeira delas foi um jantar na Bryggeriet Apollo (Vesterbrogade, 3 - Tivoli). É uma cervejaria artesanal, os dinamarqueses são conhecidos pelas micro-cervejarias; mas isso fica para uma postagem específica. Uma cervejaria que serve deliciosos e incríveis pratos de carne! Lembram-se da "incrível destruição das costelinhas", que eu postei certa vez falando de Amsterdã?! Pois é, Copenhague superou essa esperiência.

ølglasseret oksesteg
Testamos dois pratos: costelinhas de boi glaceadas, servidas com molho chilli e barbacue, batatas fritas e coleslaw (salada de repolho branco e roxo com cenouras e maionese); em dinamarquês?! Simplesmente spareribs... um prato americano que se fixou nos cardápios dinamarqueses. O outro, esse sim dinamarquês e absolutamente fenomenal, ølglasseret oksesteg med kartoffelmos og tyttebær (bifes de alcatra/picanha - o corte é diferente - cozidos e glaceados com cerveja stout, servido com purê de batatas, salada de rúcula e amora alpina). Juro que minha boca saliva só de pensar nesse prato. A carne estava absolutamente perfeita, macia, no ponto. O sabor... hummmmm... delicioso! E, a combinação com as frutinhas doces, a rúcula e o purê: fenomenal! O prato era enorme e eu não conseguia parar de comer. Vale a pena provar, delicioso!
A amora alpina é uma frutinha da família da cranberry (oxicoco, em português... aquela cujo suco se usa para fazer o drink Cosmopolitan), um arbustinhos cheio de bolinhas vermelhas, quando os frutos estão maduros. Geralmente não são cultivadas e sim coletadas na área silvestre. São extremamente frequentes nos pratos dinamarqueses. O prato que escolhi no almoço do dia seguinte tinha o que?! Amora alpina! Outra experiência interessantíssima.
Røget laks med røræg
Comemos no Galionen Steak & Lobster (Nyhavn, 23) Provamos os smørrebrød, que são pratos frios com uma fatia de pão coberta de carne, peixe ou legumes. Em geral, usa-se o rugbrød, que é o pão preto dinamarquês. Os pratos foram Røget laks med røræg (salmão defumado com ovos mexidos), Roastbeef med peberrod, ristede løg og pickles (rosbife com raiz forte e picles) e Fiskefrikadeller med tyttebær og løgkompot (bolinhos de peixe típicos com creme de cebola e amoras alpinas).
Roastbeef
Todos os pratos estavam absolutamente fenomenais. Eu fiquei com os bolinhos de peixe, um prato tipicamente dinamarquês que definitivamente precisa ser provado um dia. Uma consistência estranha, bem diferente. No Brasil diriam, embatumado. Não era isso... o peixe estava completamente triturado e formava uma massinha muito semelhante a um knödel alemão ou sei lá... talvéz um gnocchi de farinha de sêmola. Logicamente que com um delicioso e único sabor de peixe. O creme de cebola era também fantástico. Confeso que fiquei um pouco irritada, pois o Érico ficava roubando o creme de cebola para o prato dele. As
Fiskefrikadeller
amoras alpinas combinadas com o bolinho de peixe... hummmm... sabor, sabor, sabor! Todos os outros pratos eram smørrebrod, então tinha o tal pão preto por baixo, apesar de na foto não aparecer. Comidinhas de muito peso, definitivamente. Deliciosas e que fazem você sair rolando! A Dinamarca é uma delícia, até que se prove as cervejas... hehehe. Realmente vale a pena provar as delícias vikings!

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Bebendo com os Elfos

Skål com Pripps Blå
Beber na Suécia não é tão simples quanto no Brasil ou aqui na Itália. A terra dos elfos tem regras específicas para a comercialização de bebidas alcóolicas, bem diferentes do que estamos acostumados no Brasil. O jeito mais fácil de encontrar uma bebida que não seja de criança (teor alcoólico superior a 3,5%) é nos bares e pubs. Entretanto, também é a maneira mais cara (uma pint de cerveja nacional custa em torno de 40 skr, ou 10 reais). Esqueça o mercado! Os mercados e supermercados só podem vender bebidas alcoólicas com até 3,5%. Foi muito estranho ver na prateleira uma Guiness com 3,5% de álcool. As lanchonetes e quiosques de salsicha na rua, até 2,1%. Sério, 2,1%! Melhor pedir um refrigerante! A única vantagem de beber no quiosque é que a latinha que vem morna fica estupidamente gelada em poucos minutos. Peculiaridade de lugares que são  mais frios do que o freezer da sua geladeira... O único lugar que comercializa bebidas com os teores alcoólicos que estamos acostumados é o Systembolaget.
Sábado no pub com Dr. Xapatinhos.
Com esse nome e considerando que estavam juntos Érico, Corvo e Cacá; o local foi rapidamente apelidado de BolaGato. Durante nosso passeio de sábado, procuramos por um BolaGato... Todos fechados! Outro detalhe importante: se você pretende beber na Suécia, programe-se com antecedência, pois os BolaGatos fecham no sábado as 15hs e não abrem aos domingos. Durante a semana ficam até as 20h, afinal, não é no final de semana que as pessoas bebem...
Akvavit
Só mais um pequeno detalhe antes de passar para a parte que realmente interessa: as bebidas que provamos. Mesmo nos bares as cervejas são diferenciadas pelo teor alcoólico. A Suécia não é um grande país cervejeiro, então não existe muita variação de sabor entre as cervejas tipicamente suecas. Existe sim, variação de teor alcoólico: Starköl - cerveja forte, acima de 4,5%; Mellanöl - cerveja média, entre 3,5 e 4,5% e Folköl - cerveja do povo, entre 2,1 e 3,5%. Em posse de todas essas informações, tendo perdido o horário do BolaGato e verificando que todos os bares de Estocolmo são extremamente aconchegantes optamos por beber no bar mesmo.
Barraquinha de Glögg
O frio que faz em Estocolmo definitivamente atrai bebidas. Em muitos momentos bebemos uma coisinha ou outra pra ajudar o corpo a esquentar. Realmente funciona! No dia em jantamos no Tennstopet Restaurang provamos a cerveja Pripps Blå, versão starköl e os meninos encararam o snapps mais conhecido da Suécia (depois da vodka Absolut), o akvavit. O akvavit é servido em uma tigelinha com gelo e deve-se colocar no copo somente a quantidade para beber em um gole só. Melhor não deixar esquentar, senão fica bem mais difícil de beber. O sabor é bem parecido com o de uma pinga seca com um retrogosto de alcaçuz. Até que é gostosinho... Os meninos adoraram! Quanto a cerveja, gostosa, mas nada de especial; uma larger padrão. No dia seguinte, o dia das andanças, descobrimos uma bebida fenomenal para o frio: o Glögg, vinho quente com especiarias, amêndoas, passas e um pouco de snapps. Em muitas áreas da cidade tem barraquinhas de Glögg, que é servido como se fosse um cafezinho junto com um Pepparkakor (deliciosos biscoitinhos de gengibre).
Glögg
Os bares também servem o Glögg, só que de um jeito bem mais sofisticado e mais alcoólico também. Nossa noite de sábado foi regada à Falcon, uma starköl um pouco mais amarga do que a Pripps Blå, e akvavit. Muito akvavit! Ao som do Dr. Xapatinhos, os meninos acabaram com a akvavit do bar. Passaram para os snapps dinamarqueses... coisa de viking, ou melhor, bárbaro. Mas, a Dinamarca fica para outra postagem... A grande vantagem foi o calor da ressaca para aquecer os corpos nos 15 minutos de caminhada, com neve na cara, -15ºC, até chegar na estação de trem. Ufa! E, que venha Copenhague!
Skål!