quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Muffins de Limão com recheio cremoso

Ontem, comentei que faria muffins de limão. Eles ficaram fenomenais! Leves, fofinhos e com um recheio cremoso que derrete na boca! Continuando o embalo das dicas sobre bolos, que publiquei mais cedo, segue a receita dos muffins. Um pouquinho trabalhosos, demoram um pouco para ficar prontos, mas definitivamente vale a pena. Fiz com limão siciliano, acho que eles ficam mais saborosos. Entretanto, nenhuma restrição ao uso do limão tahiti nessa receita; eles vão ficar mais azedinhos e menos aromáticos, nesse caso.


Dicas:
- A manteiga deve estar em temperatura ambiente, bem macia. Assim é mais fácil fazer a massa.
- Pode ser feito na batedeira ou a mão.
- As raspas de limão devem ser exclusivamente da parte colorida da casca. Evite pegar a parte branca, ela pode deixar a massa amarga.
- Passar o ovo em uma peneira ajuda a não formar grumos no preparação do recheio.
- Não use fogo alto para preparar o recheio, pode formar grumos.
- É normal sobrar um pouco de recheio. As opções são: dobrar a quantidade de massa e fazer 24 muffins ou congelar o recheio para usar em outra oportunidade. Nesse caso, o recheio mantém todas as suas características por cerca de 2 meses.
- Teste recheios de outros sabores, substituindo o suco de limão por suco de laranja, abacaxi, lima... Só evite frutas muito gordurosas que não geram sucos líquidos como banana e abacate.
- Os muffins ficam deliciosos mesmo sem o recheio e menos calóricos. Cada muffin fica com apenas 96Kcal.
Mini-cakes légers coeur citron (olhar última dica)
- O recheio cremoso de limão pode ser utilizado com a receita dos mini-cakes de cereja, em substituição as cerejas. Nesse caso cada muffin ficaria com 150Kcal. Já fiz esse teste. Ficam muito gostosos, com uma casquinha levemente crocante, mas um pouco mais pesados e o gosto de limão mais suave.

Dicas para fazer bolos!

Essas dicas que sairam no Estadão são excelentes e tiram muitas dúvidas sobre o preparo de bolos! Confiram aqui: S.A.F.B. - Serviço de Atendimento ao fazedor de bolo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Diário de quarta-feira

Hoje é um daqueles dias que não é ruim, mas não precisava existir. Acordei com um enorme desânimo com o mundo... Acho que estou lendo jornais demais. Fiquei com uma preguiça imensa de sentar na frente do computador e abrir os sites que geralmente acesso. Cansada de ficar lendo coisas chatas. Preguiça de ver gente se "matando" na França, brigando com passeata de homossexuais na Sérvia, cancelando jogo de futebol por violência na Itália, discutindo a vida privada das pessoas: Fez aborto? É lésbica? Fiquei triste com o mundo. Gente chata, cuidem da própria via e respeitem a dos outros! Ok, na França eles estão cuidando da "própria" vida, mas... Bom, não vou discutir esse tipo de coisa, a "vida" dos outros... Fui fazer o almoço... atrasei bastante no preparo, é verdade. Mas, como já disse, cozinha é local de descarrego. Nada melhor do que ficar inventando, cortando ingredientes, sovando massas pra aliviar o stress. Fiz uma deliciosa torta de parmesão recheada com cogumelos e bacon. Gorda! Muito gorda! Ainda assim deliciosa. E, como nos tempos passados, sem receita! Não anotei nada, não tirei fotos, não tenho a menor idéia do que coloquei nela. Ficou absolutamente deliciosa! Mas, exatamente com esse sabor, só hoje. Almoçamos e decidi sentar no computador para escrever um post. Droga! Images uploads disabled. Não vou escrever sobre comida sem poder colocar uma misera foto ou ter que digitar a receita fora do padrão do blog (lembrem-se sempre que sou virginiana). Melhor arrumar outra coisa pra fazer. Decidi assistir Top Chefs Just Deserts. Fui descansar a cabeça vendo um reality show de sobremesas, tonto como qualquer reality, mas divertido ver a criatividade e a falta dela. Ou mesmo a dificuldade que os participantes tem de se desvincular da alta confeitaria (pasticeria, já discuti a escolha do termo em outra postagem), como na hora de preparar doces para crianças. Assisti dois episódios... matei a academia... fui ao mercado... Agora vou preparar muffins de limão, prometo anotar tudo e tirar fotos para logo postar aqui. Distrair de vez a cabeça. Quem sabe um Grignolino d'Asti ou um Syrah da Sicília para fechar a noite. Amanhã acordo melhor! Prometo uma boa receita ou algo realmente interessante... Boa quarta-feira de futebol a todos!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Molhos Básicos - Molho Branco

Os molhos muitas vezes parecem a parte mais difícil de uma receita, ou talvez a mais demorada. Diante disso, muita gente opta por comprar molhos prontos. Entretanto, existem alguns tipos de molho que são muito fáceis de fazer, rápidos e deliciosos. O molho de caixinha, ou de frasco, possui muitos conservantes e na maioria das vezes o sabor nem chega perto do feito em casa. Hoje inicio uma série de postagens sobre molhos básicos, para mostrar que os molhos não são um bicho-de-sete-cabeças e, quando preparados em casa, deixam os pratos muito mais gostosos.
O molho branco é um verdadeiro coringa na cozinha, pois pode ser adaptado de diversas formas. A adição de ervilhas, milho, salame, ervas, frango desfiado, peito de peru, cenoura picada, nozes, castanhas, passas brancas e pretas, entre uma infinidadade de outras coisas, fazem com que o molho branco fique diferente e se adapte a quase todo o tipo de prato. É extremamente versátil e pode gerar composições absolutamente deliciosas. Mas, esqueçam o creme de leite! Molho branco não é creme de leite quente com um dado de caldo de carne ou galinha, muito menos com leite fervido com sal e pimenta. Molho branco é molho branco... Vejam a receita básica e criem suas próprias variações, pois é só adicionar os ingredientes no final. Vou mostrar algumas variações que ficam ótimas nas próximas postagens.

Dicas:
- Se quiser um molho um pouco mais líquido, faça o molho na seguinte proporção: 15g de farinha para 15g de manteiga para 300mL de leite.
- Caso sobrem alguns grumos, passe o molho em uma peneira antes de servir.
- O contato com o ar faz com que o molho forme uma película na superfície, quando esfria. Evite a formação da película cobrindo o molho com um filme plástico untado com óleo (parte que vai ficar em contato com o molho) ou passando um pouco de manteiga sobre o molho antes dele esfriar (prenda um pedacinho de manteiga em um garfo e deslize sobre o molho, formando uma fina camada de manteiga derretida).

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mini-cake de Cebola

Esse final de semana fiquei com uma preguiça enorme de escrever aqui no blog. O outono chegou com força total, esfriou um bom tanto, os dias estão cinzas e com muito vento. Segunda-feira de começo de outono é ainda mais desanimador... Ânimo, ânimo, ânimo!!! O outono diminui a temperatura e permite fazer receitas muito mais "gordas". E, o forno, é até bom que ele dê uma esquentadinha na casa. Esses mini-cakes de cebola são super-fáceis de fazer. Eles ficam com uma consistiência intermediária entre um bolo e um soufflé. Formam uma casquinha crocante e o meio fica cremoso. Hummmm... Fiquei até com água-na-boca de lembrar. Servi meus mini-cakes de cebola com uma linguiça ao forno (a lunganica italiana). Ficou um pão com linguiça glamuroso!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Bourgogne-épineuil

Já comentei na postagem sobre os queijos franceses, que o vinho que escolhemos para acompanhar nossa degustação de queijos foi um bourgogne; mais especificamente um bourgogne-épineuil. Os vinhos chamados bourgogne são mundialmente conhecidos e sua produção é bastante antiga, acredita-se que tenha iniciado no século II a.C.. Eles são produzidos na região da francesa denominada Borgonha, que compreende aos departamentos Yonne, Côte-d'Or, Nièvre e Saône-et-Loire. É uma região bastante grande e fragmentada, em consequência disso, a qualidade e algumas características do vinho variam bastante. Existem centenas de diferentes AOC dentro da região da Borgonha. A região produz principalmente vinhos brancos (Chardonnay e Aligoté), seguidos em número pelos tinhos (Gammay e Pinot Noir) e uma quantidade bem pequena de rosés. O Bourgogne-épineuil é a denominação específica para os vinhos produzidos na região de Tonnerre, que fica no departamento de Yonne. A cidade que dá nome a AOC é Épineuil, tem aproximadamente 600 habitantes e é a terra natal do famoso cartunista francês Alfred Grévin. Os bourgogne-épineuil tintos são produzidos exclusivamente com a uva Pinot Noir.

É uma variedade de uvas pequenas e densas, com grão ovóides e de coloração azul escuro. É considerada uma das uvas mais complexas do mundo. É uma variedade que exige solo argilo-calcário, clima continental e é  extremamente delicada, muito sensível a maioria de doenças e pragas, fazendo com que seu cultivo seja bastante complexo. Possuem um alto potencial de acúmulo de açúcar e uma acidez somente mediana, que pode ser insuficiente na maturidade. Os vinhos, via de regra, são potentes, ricos, com cores vivas, medianamente tânicos e que reagem muito bem ao envelhecimento (que pode ser de 2, 5, 10 ou mais anos, de acordo com o produtor). O bourgogne-épineuil que provamos era da vinícola Alain Mathias, da safra de 2008. Ganhou em 2009 a medalha de bronze no Concurso de Vinhos do Grand Auxerrois em 2009.
Não sei se não estavamos preparados para o sabor desse vinho, ou se o Château Chérubin (merlot/cabernet savignon) que tomamos a tarde não permitiu que percebêssemos as particularidades deste Pinot Noir; mas acabamos classificando-o simplesmente como um bom vinho. Sem muitos confetes! É um vinho bastante leve, "desce macio". A cor é linda! Vermelho brilhante, é bem aromático, frutas vermelhas. O sabor é suave. É bem gostoso! Mas, acho que precisamos de outra garrafa para sentir a sua complexidade. Talvez estivessemos muito mais preocupados em degustar os queijos... hehehe



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Quiche de Brócolis

No final de semana passado, estava um pouco entediada das comidas de sempre. Fiquei muito tempo pensando em bolachinhas e coisas doces afins e dei uma diminuida no ritmo dos salgados. Eis que no sábado, em um surto de empolgação, cozinhei mil e uma coisas diferentes, entre doces e salgados. Uma delas foi o quiche de brócolis. Fiz uma massa podre salgada padrão e inventei um recheio de brócolis, baseado em várias receitas de recheio de quiche que eu já havia lido. Ficou absolutamente fantástico! Tanto quente, quanto frio (comemos no jantar sem esquentá-los), estavam muito saborosos e foi uma comidinha especial de sábado. Espero que vocês apreciem! É um quiche bem menos gordo que o lorraine...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

França, o país dos queijos!

A França é conhecida como: le pays des 300 fromages. Um antigo ditado diz que no país é possível encontrar um queijo diferente para cada dia do ano. O número de registros é em torno de 400. A França é definitivamente o país dos queijos. A grande variedade se dá pelas diferentes técnicas de produção, relacionadas ao tipo de fermentação, leveduras, fungos, introdução de condimentos, etc. A maioria dos queijos é feita com leite de vaca, o que demonstra que a partir de uma única matéria-prima é possível criar centenas de produtos. Os franceses são mestres na criatividade culinária, não?! E, eles realmente adoram queijo, normalmente comem um "set" de queijos depois da sobremesa. Como eu e o Érico também somos amantes dos queijos, na nossa passagem por Paris, decidimos provar vários tipos de queijo. Na Grande Èpicerie perdemos um tempinho admirando o balcão de queijos e decidindo quais iríamos provar. Nossa mesa de queijos ficou assim:



Brie de Meaux AOP: o queijo Brie é um dos mais famosos queijos franceses. Sua massa é bem macia, amarelo pálido, com uma casquinha branca decorrente da fermentação, sabor de nozes e leve odor de fermentação. É produzido com leite bovino. Possivelmente foi criado no final do século 18 na Abadia de Notre-Dame Jouarre, que fica na província de Seine-et-Marne, na região francesa Île-de-France. As províncias francesas aptas a produzi-lo com este nome são: Seine-et-Marne, Loiret, Meuse, Aube, Marne, Haute-Marne e Yonne. Recomenda-se que seja degustado com vinho bourgogne, côtes du Rhône, pinot noir da Alsácia, saint-émilion, pomerol, champagne ou cidras da região produtora do próprio queijo.

Camembert au Calvados: também muito conhecido e muitas vezes confundido com o Brie, mas de sabor completamente diferente. Sua massa também é macia, de cor marfim a amarelo claro, a casquinha geralmente é branca, mas no caso do Calvados, é como um pó marrom que parece nozes moídas. O sabor é frutado e levemente intenso. É produzido com leite bovino e depois embebido em Calvados (destilado de maçã). A "mãe" do Camembert é Marie Harel, uma queijeira da região da Normandia. Na verdade Marie Harel, em 1791, deu nome ao Camembert e aprimorou a sua técnica de fabricação depois de uma especialização em Brie. A origem do queijo, antes de ser chamado de Camembert, é de 1680, onde registros tratam do queijo que é especialidade da província de Camembert. É citado também no "Dictionnaire Universel Géographique et Historique" de Thomas Corneille, em 1708. Produzido pelas cidades da província da Normandia. Recomenda-se degustá-lo com vinho tinto, jovem e pouco tânico.

Cantal (entre-deux) AOP: é considerado o queijo mais antigo da França. É um queijo de massa semi-dura, com coloração que varia do marfim ao amarelo claro, a casca é fina, rígida, cinza-esbranquiçado com manchas laranjas. O sabor lembra nozes e baunilha, com um toque de manteiga e creme. Aroma de especiarias e manteiga. É produzido com leite bovino colocado em formas que sofrem pressão, não é cozido. Esse queijo recebeu a denominação oficial em 1298, entretanto é muito mais antigo do que isso, tendo sido citado por Plínio, o velho no livro XI da Naturalis historia. Acredita-se que tenha sido criado a mais de 2000 anos. É originário do maciço central, região de Auvergne e pode ser produzido pelas províncias de Allier, Puy-de-Dome, Haute-Loire, Cantal, Aveyron e Corrèze. Degustar com vinhos tintos da região (côtes de Auvergne), Cahors, Corbières (branco ou tinto), Bourgogne tinto.

Crottin fermenter: é uma denominação genérica para queijos feitos com leite de cabra cru submetido à fermentação. A massa é firme, um pouco esfarelenta e de cor branca, a casca branca (fungos) podendo apresentar pontos levemente azulados. O sabor é varia do picante ao ácido e o gosto de leite de cabra bem acentuado. Crottin na verdade significa esterco, o que deve ser decorrente do seu sabor forte e da coloração amarelo-marrom que adquire quando envelhecido. Degustar com vinhos brancos do vale do Loire. O Crottin mais conhecido, que possui AOC, é o Crottin de Chavignol (centro do vale do Loire).

Leicester red: é um queijo inglês. Ops! Mas não eram queijos franceses?! Sim, mas não resistimos a curiosidade de provar este queijo alaranjado. A massa é firme e de coloração que varia do alaranjado claro ao alaranjado intenso. A casca é rígida e levemente esbranquiçada. O sabor é de nozes, bem suave. É um queijo de leite bovino que é colorido com extrato de cenoura ou beterraba. Esse queijo foi criado no século XVII, na cidade de Leicestershire; de onde vem seu nome. É uma opção ao queijo cheddar. Degustar com cervejas do tipo Ale.

Ste Maure de Touraine AOP: é um queijo de cabra com características bem interessantes. A massa é firme, um pouco esfarelenta e de coloração branca levemente acinzentada. A parte externa é também branca, mas um pouco mais acinzentada e firme. É em formato de mini-tora, com uma palha de centeio atravessando toda a extensão longitudinal do queijo. O gosto é levemente adocicado e lembra nozes. Sua origem provavelmente é moura, quando na época carolíngia (século IX) os mouros introduziram o cultivo de cabras na região. Entretanto, a primeira menção escrita deste queijo data de 1793. É produzido pela região Indre-et-Loire. Degustar com vinho bourgogne branco, tintos do vale do Loire, Gamay ou brancos da Alsácia.

Roquefort AOP: dos queijos azuis talvez seja o mais conhecido, ao lado do Gorgonzola (italiano). A coloração externa é branco-creme ou marfim com aspecto de "suado". A massa é macia e levemente esfarelenta, a coloração marfim divide espaço com o bolor (Penicillium roqueforti) de cor prioritariamente cinza, podendo ser azul ou verde. O sabor é picante, bastante intenso. É produzido com leite cru de ovelhas da raça Lacaune. Disputa com o Cantal o título de queijo mais antigo da França. Sua origem confunde-se com a chegada dos rutenos à região de Aveyron no século VIII a.C.. Plínio, o velho também fala do queijo gaulês no Naturalis historia. Especula-se que Julio César teria provado o queijo em Saint-Affrique, cidade vizinha de Roquefort. O queijo possui uma lenda: um pastor de ovelhas teria visto uma linda e jovem donzela ao longe nas sombras. Guardou o seu lanche (queijo fresco de leite de ovelha e pão) em uma pequena caverna, para mantê-lo fresco, deixou seu cão cuidando do rebanho e saiu atrás da donzela. Alguns dias depois, sem ter alcançado a donzela, ele retornou faminto. Encontrou o pão e o queijo cobertos de bolor. Mesmo com um pouco de receio e levado pela fome, provou o queijo. Achou delicioso! Assim surgiu o roquefort. Também é originário do maciço central e podem produzi-lo as províncias de Aveyron, Tarn, Hérault, Lozère, Gard e Aude. Deve ser degustado com vinhos doces como Sauternes, Monbazillac ou Porto; também harmoniza bem com vinhos tintos secos potentes como Amarone e Côte du Rhône.

Neste dia, tomamos um vinho tinto bourgogne, do qual falerei em outra postagem. Os queijos estavam uma verdadeira delícia! Vamos ver se fazemos a mesma coisa com os queijos italianos...

Siglas:
AOP - Appellation d'origine protégée - selo europeu de identificação dos produtos franceses, belgas e luxemburgueses que garante a origem e características de um produto regional.
AOC - Appellation d'origine contrôlée - selo oficial francês e suiço que garante a origem e características de um produto regional.

Fontes:
Univers fromages 
Liste de fromages français 
Le fromage Cantal 
Roquefort Society
Taste Camembert
Camembert AOC
Sainte Maure de Touraine

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Crème Caramel

Hoje é dia das crianças, na verdade dia de Nossa Senhora. Decidi relembrar os tempos de criança e qual foi a primeira coisa que me veio a cabeça?! Pudim de leite condensado! Já havia falado para vocês que minha mãe faz o melhor pudim do mundo. Toda vez que eu colocava os pés em Curitiba para visitar a família e os amigos, minha mãe fazia o delicioso, maravilhoso, perfeito pudim de leite condensado. Dá água-na-boca só de pensar. Uma verdadeira delícia. E, desculpem, mas ninguém no mundo faz pudim de leite condensado como a minha mãe. Ela servia o pudim de sobremesa no almoço e no jantar não tinha mais, geralmente eu só poupava o pedaço do meu pai. Afinal, ele é meu pai e um grande formiga! Deixar uma formiga sem o seu docinho é extremamente perigoso. Lembro que certa vez levei um pudim, feito pela minha mãe, para a fazenda do Guga. Se me recordo bem, era um dos festivais gastronômicos do Gutão. Guardamos o pudim para o último dia, quando teria menos gente. Uma das meninas tinha feito um arroz doce com laranja... (que estava um terror, mas cada um na sua, ela era meio light macrobiótica, então respeito a falta de açúcar e sabor). O coitado do arroz doce ficou abandonado e o pudim simplesmente desapareceu em segundos! Ok, pudim é pudim... Mas o da Frau Elisabeth é "O" pudim! Vocês devem estar se perguntando por que o título é "crème caramel" se estou falando de pudim. Crème caramel é como os franceses chamam o nosso delicioso pudim de leite. Segue uma receita de Pudim de Leite, ou Crème Caramel, como preferirem. É delicioso, mas admito que não chega nem aos pés do pudim da minha mãe.

Dicas:
- Você pode usar baunilha fresca, é só raspar as favas no leite e fervê-lo um pouco.
- Cuidado com o caramelo, a temperatura é muito alta, pode provocar queimaduras graves.
- O caramelo está pronto quando levemente dourado, não exagere no cozimento e nem use fogo alto, pois você pode queimar o caramelo.
- Se for usar forminhas de silicone, verifique antes a temperatura máxima que elas suportam. O caramelo pode derreter as forminhas.
- Tenha paciência, desenformar só depois de frio, ou você pode desmontar completamente o seu pudim.
- O pudim fica mais saboroso quando bem geladinho!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A incrível destruição das costelinhas

Amsterdã é uma cidade absolutamente fenomenal. Quando chegamos a Roma e começamos a fazer nossos planos de passeios pela Europa, disse ao Érico que Amsterdã era uma cidade que ele não podia deixar de conhecer. Ele concordou, vamos dizer que sem uma super-animação. As pessoas quando falam da Europa lembram-se sempre de Paris, Londres, Roma, Barcelona e, em geral, esquecem-se da deliciosa Amsterdã. A cidade sempre está vínculada ao uso de maconha e prostituição, mas é muito injusto pensar que resume-se a isso. O povo holandês é extremamente simpático, receptivo, as pessoas são bem humoradas, sorriem e são muito educadas. O liberalismo não é só com relação às drogas leves e a prostituição, mas também se reflete na aceitação de diferentes culturas e respeito aos não holandeses, o que nem sempre acontece em outros países da Europa. Decidimos visitar o Ricardo em Berlim e na volta passar por Bruxelas, para visitar o Dimitri, no meio desse trajeto coloquei Amsterdã. O meio do caminho e uma forma de não viajar só de avião, afinal, o Érico não gosta muito de voar. Ele ficou absolutamente encantado com a cidade. Linda, viva, aconchegante! Apesar do temporal que caia sobre nossas cabeças... literalmente encharcados. Gostou tanto que decidiu aprender holandês, talvez estimulado pelas conversas com a Mevrouw Proost, uma senhora muito doce que conhecemos no bar perto do hotel e com quem aproveitamos duas deliciosas noites de conversa no bar. É, Amsterdã tem o poder de conquistar as pessoas. Eu já adorava a cidade, mas dessa vez, depois de alguns meses em Roma, percebi uma coisa, que quando se vem do Brasil não fica muito clara: A Holanda tem vacas!!!!!!! Parece patético, mas sim, estou falando de vacas!!!! Vacas!!!! Muitas vacas!!!! E isso significa não só queijos deliciosos como também carne de verdade. Os italianos tem a mania maledeta de vitelo, arght, comestível, mas não é carne de verdade. É um frango disfarçado de boi. Bom, mas isso não vem ao caso. A questão é que, como a Holanda tem vacas, existe um número imenso de churrascarias por Amsterdã. Churrascarias argentinas! Entramos em uma dessas churrascarias, uma das grandes, demos uma olhada no cardápio, aparentemente todos os cortes argentinos: ancho, chorizo...
Literalmente: A incrível destruição das costelinhas!
Mas, nossos olhinhos brilharam para a frase: "infinite spare ribs", vulgo, coma costelinhas até explodir. As costelinhas chegaram, mas nada é perfeito. Não eram exatamente ao gosto argentino tradicional, pois estavam encharcadas de molho barbecue, mas tudo bem, estavam deliciosas assim mesmo. O paladar dos holandeses é um intermediário entre o dos alemães e o dos ingleses... Nesse caso o molho barbecue está explicado. Apesar da pequena frustração, foi muito gostoso. Saimos rolando do restaurante! Não tive oportunidade de testar, mas espero que eles não sirvam um delicioso bife de chorizo coberto de barbecue... hehehehehe

domingo, 10 de outubro de 2010

Sablés à la lavande

A única coisa, não relacionada ao jantar, que compramos no passeio à Épicerie de Paris, foram as flores de lavanda da Provença. Pode parecer estranho, mas não comprei pensando em aromatizar roupas, armários ou ambientes. A lavanda é excelente para aromatizar biscoitos, bolos, cremes e coberturas. Isso mesmo, comida sabor lavanda! Sei que estamos acostumados a ver o ursinho do amaciante correndo em campos de lavanda e de este ser o aroma mais comum para roupas, mas apesar de "exótico" é muito interessante e gostoso. Lógico que não é um biscoitinho para crianças, no caso delas, prefira os sabores chocolate, morango, baunilha, framboesa, groselha... O sabor da lavanda é extremamente delicado e está diretamente vinculado ao aroma. Literalmente enganamos o nariz e a boca. Esses biscoitos são perfeitos acompanhados de chá ou café. A experiência sensorial é bastante interessante. Que tal deixar os pré-conceitos de lado e inovar um pouco?!


Dicas:
- MUITO IMPORTANTE!!!! A Lavanda utilizada tem que ser de uso alimentar, não compre aquela da seção de velas e aromatizadores, pois geralmente contém outros produtos que não podem ser ingeridos. Cuidado e bom senso na hora de comprar as flores de lavanda.
- Você pode substituir as flores secas de lavanda por algumas gotas de essência alimentar de lavanda. O resultado não é o mesmo, com as flores é mais gostoso, mas também vale.
- Tente preparar esses biscoitos nos horários mais frescos do dia e em dias não muito quentes, pois a temperatura da massa é a chave para os biscoitos darem certo.
- Não derreta a manteiga de forma alguma, isso vai estragar a sua receita. Retire a manteiga da geladeira mais ou menos 1 hora antes de começar a fazer a massa. Assim, a manteiga vai ficar amolecida, com a consistência ideal. O tempo de 1 hora depende da temperatura ambiente, se estiver muito quente diminua o tempo e se estiver frio aumente.
- Na hora de abrir a massa use um rolo levemente enfarinhado e evite colocar muito as mãos na massa, isso esquenta a massa e faz com que ela comece a amolecer demais.
- Se a massa estiver muito mole na hora de colocar no forno, deixe-a mais tempo na geladeira, ou você corre o risco dos biscoitos derreterem e ficarem completamente sem forma.
- Prefira o pepel manteiga à untar a forma, os biscoitos desgrudam mais fácil e em geral o papel ajuda a não se espalharem para os lados ou "derreterem".
- O forno não pode estar mais quente do que 180ºC. A temperatura muito alta faz com que os biscoitos "derretam" antes mesmo de começarem a cozinhar.
- Não exagere no tempo de forno, os biscoitos devem ficar levemente dourados. Excesso de forno tende a deixar os biscoitos secos.
- Espere os biscoitos esfriarem bem antes de colocá-los em um pote fechado para evitar que amoleçam.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Lambic Framboise e Apple

Hoje é véspera de feriadão no Brasil. Todos devem estar saindo mais cedo do trabalho ou contando os minutos para viajar e descansar. Aqui vai uma dica de sexta-feira, pré-feriadão: cerveja belga! A Lambic é uma delícia para degustar nos momentos de repouso do feriado. E, eu ando muito empolgada com leveduras... (Vocês entenderão ao longo do texto). Lambic é uma variedade muito característica de cerveja. Exclusiva da região de Bruxelas, na Bélgica, ela possui um processo de fermentação bem diferente das outras variedades de cerveja. A maioria das cervejas é produzida por processos de fermentação controlados, em que se utiliza uma única cepa de levedura, devidamente selecionada ( via de regra: Saccharomyces cerevisiae ou Saccharomyces carlsbergensis). No caso das Lambic, mais de 86 cepas de microorganismos participam de um processo de fermentação espontânea, destacando-se as leveduras Brettanomyces bruxellensis e B. lambicus. Esses microorganismos são nativos do vale do rio Senne (Zenne em holandês), o que explica a produção exclusiva na região de Bruxelas. O processo de fermentação utilizado para as Lambic é bastante antigo, seus primeiros registros datam de 1559, onde o processo é tratado como processo ancestral; o que pode indicar que esse tipo de fermentação, para a produção de cervejas, seja ainda mais antigo. A composição é de 70% de malte de cevada e 30% de trigo não maltado, submetidos à fermentação espontânea. As Lambic possuem sabor seco, que lembra cerejas, semelhante ao vinho e às cidras, com retrogosto levemente ácido. Selecionei duas cervejas Lambic, mas do tipo Lambic frutas. O processo utilizado nas Lambic-fruits, como são conhecidas, é a adição de frutas frescas ou suco natural de fruta ao processo de fermentação. As duas cervejas que seguem são da cervejaria Lindemans. A Apple é de maçã, foi criada em 2005 e possui adição de açúcar. Muito gostosa, realmente parece que se está bebendo uma cidra e a maçã intensifica o sabor característico da Lambic. A Framboise é menos doce, não tem adição de açúcar, o cheiro dela é fenomenal! É possível senti-lo a quilômetros. O gosto é fabuloso, o sabor levemente ácido aparece só no final. Destaca-se o gosto da framboesa, mas parece que se está bebendo um prosecco aromatizado com framboesa. Uma delícia! A Lindemans framboise foi criada na década de 70 e no ano passado ganhou o prêmio de melhor cerveja frutada no International Beer Awards, realizado em Hong Kong. Vale a pena provar! E, para os meninos, parece cerveja só para meninas, mas é muito diferente do padrão e deliciosa. Deixem o preconceito de lado e experimentem. Lógico que não é cerveja para beber uma caixa...




Fontes:
Lindemans brasserie
Lambic

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mini-calzones com recheio italiano

Ufa! Tudo certo com a massa de pizza! Graças ao meu quase erro vocês ganharam mais um sabor de mini-calzones: o italiano (salame italiano picante, mussarela de búfala e azeitonas). A massa deve ser feita de acordo com as instruções na postagem dos Mini-calzones. O recheio é facílimo e rapidíssimo! Uma delícia! Segue o resultado final:

PS. Sorry Jordy, mas vai ser perto da hora da janta de novo!

Fermento para Pão e os seus metabólitos

Saccharomyces cerevisiae Não são uma fofurinha? Eu já tenho até um de pelúcia... rs

Acabo de quase cometer um grande erro! Sorte que foi quase! Preparei o fermento para a pizza e decidi lavar a louça. Fiquei um pouco distraída e acabei deixando o preparado de fermento esperando por mais tempo que o normal. Resultado: odor de álcool!!!! Sim, os metabólitos gerados, pelo Saccharomyces, no processo de fermentação são: gás carbônico (responsável pelo crescimento da massa) e álcool (etanol). Como se tratava de uma cultura fechada, onde eu não estava adicionando mais glucose e nem retirando o álcool, meus "bebezinhos" logo parariam de se reproduzir e fermentar. Afinal, o excesso de álcool interferiria no equilíbrio da reação... Ai, saudades das minhas culturas!!! E, as curvas de crescimento... Bom, chega de aula de bioquímica de microorganismos ou microbiologia. O que realmente importa (para a pizza ou pão) é que queremos as leveduras fortes e vigorosas, fermentando muito!!! E nada de álcool na massa, pois até ele ser eliminado (evaporar com o calor do forno) os "bebezinhos" vão estar menos vigorosos... E o pão pode não crescer adequadamente!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Mini-calzones

No final de semana passado decidi fazer um pequeno teste. Preparo a massa de pizza pelo menos 2 vezes por semana, cada receita rende 2 pizzas grandes. Se vocês fizerem a conta vão ver que jantamos pizza feita em casa ao menos 4 vezes por semana. E, isso cansa um pouco. Não pela falta de opção de sabores, que são intermináveis quando se tem um pouquinho de criatividade, mas por ser pizza. E, pizza é sempre pizza! O teste foi fazer mini-calzones. Achei que eles seriam mais práticos e menos trabalhosos do que fazer um calzone grande. Fiz em dois sabores: carne e espinafre com queijo. O resultado foi fantástico! Viraram deliciosos petiscos enquanto bebíamos cervejas belgas (Orval e Grimbergen) e francesa (Fisher). Foi a dupla perfeita para um sábado à noite: mini-calzones com cerveja!


Dicas:
- Comê-los frios no dia seguinte também é ótimo.
- Use sua criatividade e recheie como quiser!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

La Grande Épicerie de Paris


La Grande Épicerie de Paris talvez tenha sido um dos pontos altos da redescoberta de Paris. Trata-se de um enorme mercado, onde é possível encontrar praticamente qualquer coisa, de todas as partes do mundo. O mercado municipal de São Paulo é fantástico, mas depois de conhecer a Épicerie, ele ficou pequeno... A Épicerie é enorme e, se o Érico não estivesse junto, passaria muito mais tempo lá dentro. A seção de temperos é absolutamente enlouquecedora! Fiquei com vontade de carregar tudo! Pimentas africanas, ervas de Provence, coisas inimáginaveis. E, o melhor, a maioria deles em recipientes lindos. Ok, tomei uma boa dose de auto-controle, lembrei das mochilas, da Ryanair...
Olha só a cara de mega-empolgada!
Comprei só um pacotinho de Lavanda de Provence, para fazer biscoitinhos de lavanda (logo, logo eles aparecem por aqui). O objetivo final da nossa visita à Épicerie não era exatamente carregar um monte de coisas para Roma, mas comprar queijos e vinhos para o jantar. E, passear, é lógico! O interessante do lugar, que propiciou o aumento de paciência do Érico - que não gosta de mercados, é a possíbilidade de provar muita coisa, sem custo. Nessa brincadeira foram biscoitos, chocolates, queijos, vinhos, champagne, cervejas. Vamos dizer que esse "pequeno" detalhe, torna a Épicerie muito mais interessante. É dificil descrever a variedade de coisas que se pode encontrar lá, mas elas variam desde ingredientes básicos (frutas, legumes, verduras, carnes, queijos...) até pratos prontos de alto grau de elaboração. O preço, bem... Não é o melhor do mundo, afinal, fica em Paris; mas também não é absurdo. Diria que um pouco acima do preço médio. Gostaria muito que o mercado romano, que fica a duas quadras aqui de casa, tivesse metade das coisas que vi por lá. Seria bom também ao menos 1/5 da organização! rs. Saímos de lá com um monte de queijos e vinhos, dos quais falarei mais pra frente. Quando forem a Paris, vale muito a pena dar uma passada por lá!
Esse foi o resultado final da vista à Épicerie! hummmm...

Endereço: 8 Rue de Sèvres (esquina com rue du Bac), Paris, França
na internet: lagrandeepicerie.fr (mas é muito fraquinho, é mais um mini-mercado online)

domingo, 3 de outubro de 2010

Boules Coco

Boules coco nada mais são do que bolachinhas úmidas de coco. Acredito que esta é a receita mais fácil e simples que já fiz até hoje (vide tempo de preparo que é de apenas 5 minutos). Apesar de toda a simplicidade, o resultado é delicioso. Comemos as 15 bolinhas em menos de um dia. Elas são como o chocolate Bis, impossível comer um só! Hoje é dia de eleição ai no Brasil, então, nada melhor do que dar uma adoçada com essas deliciosas e facílimas bolinhas de coco.

Dicas:
- Duram de 4 a 5 dias quando conservadas em recipiente hermético.
- Se estiver muito quente, conserve-as na geladeira.
- Depois de prontas, polvilhe açúcar de confeiteiro antes de servir, elas ficam bem mais bonitinhas.

sábado, 2 de outubro de 2010

1664

A série de bebidas francesas inicia com uma cerveja. O Érico é um cervejeiro por natureza e, depois da nossa passagem pela Alemanha, Holanda e Bélgica, está cada vez mais adepto do "pãozinho líquido". Na postagem anterior, falei um pouco das descobertas que fizemos em Paris e uma delas foi relacionada à cerveja. Tradicionalmente, quando pensamos na França, vem a cabeça infindáveis tipos de fermentados de uva, que, em geral, possuem uma excelente qualidade. E os fermentados de malte e lúpulo?! No caso das cervejas, a França nunca aparece como um grande produtor, lembra-se sempre dos três países já citados acima junto com a Inglaterra, famosa pelas ales e a Irlanda, pelas stouts. Entretanto, a França produz sim excelentes cervejas. Devemos lembrar que ela tem como vizinhos "de porta" a Bélgica e a Alemanha. Justamente nesta borda da França, que faz fronteira com a Alemanha, encontra-se o pólo cervejeiro francês. Foi na cidade de Estrasburgo, região da Alsácia, que surgiu a cervejaria mais antiga da França, a Kronenbourg, fundada em 1664. A cerveja da Kronenbourg mais apreciada pelos franceses é a 1664. Pertence a categoria blonde e é considerada uma cerveja premium. 
Produzida com o chamado "caviar dos lúpulos", o strisselspalts, é uma cerveja muito leve e saborosa. Em 2004 e 2005, ganhou medalha de ouro no International Brewing Awards. Existe uma grande diferença de sabor entre a servida na pressão (chopp) e a em lata; a da pressão é muito mais gostosa. Tentando resolver esse problema, no ano passado, a Kronenbourg lançou a lata: 1664 pression; que ganhou prêmio de inovação. O sabor leve é ideal para dias mais quentes, pois não é uma cerveja muito encorpada. O sabor do malte não é muito intenso, destacando-se o lúpulo (acho que por motivos óbvios). Segue a mesma receita desde 1664, não deixando nada a desejar às premiuns belgas e alemãs da mesma categoria. Veja as fichas a seguir:

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Redescobrindo Paris

Por incrível que pareça, nunca me animei muito com a idéia de ir a Paris. Meu coração sempre foi de Londres, até pouco tempo minha cidade favorita na Europa. Minha primeira impressão de Paris não foi das melhores. Isso foi em 1996, sim eu ainda era uma adolescente, estava viajando com a minha irmã; minha viagem de 15 anos. Uma pequena nerd que não tinha a menor vontade de conhecer a Disney e muito menos de se vestir de bolo em uma festinha de adolescentes cheia de rituais ultrapassados, mas que adorava a idéia de poder conhecer a Europa. Nesta viagem, ficamos no Ibis da Porte de Clichy, que me parecia muito, mas muito longe do mundo. Tudo era muito caro aos nossos olhos, não falávamos uma palavra em francês. Lembro do dia em que eu e a Alessandra imitamos o pedido de alguém na lanchonete: "Dã xisburguê sivuplê" e o atendente começou a falar de todas as tortas que haviam. Não entendemos nada e saimos com nossos cheeseburguers... Aproveitamos muito pouco Paris, comemos baguetes de atum demais, só andamos nas áreas excessivamente turisticas, em pleno no mês de julho. Nosso transfer de volta não apareceu... nossa passagem não dizia se era Orly ou Charles de Gaulle (pegaríamos o vôo para o Brasil em Roma)... meus pais enlouqueceram... pegamos um taxi sozinhas... nos colocaram em um vôo anterior ao que estava marcado... não conseguíamos ligar para casa (meu pai não saia do telefone)... a companhia aerea informava ao meu pai que não havíamos embarcado no vôo marcado na passagem... Enfim, caos! Minha segunda passagem por Paris aconteceu em 2008/09, foram 6 dias, que na época consideramos um exagero. Eu e o Érico passamos o ano novo por lá... novamente caos! Muita gente, muitos turistas. A lingua mais falada na rua era o inglês, seguido pelo português. Tudo muito lotado, preguiça de entrar em qualquer museu. Gastronomicamente foi muito melhor do que a primeira experiência, experimentei: escargots, magret de canard, crème brûllé, fondue montanhês. Pena que tudo no quartier latin, área com restaurantes médios, extremamente turísticos e de menor custo. Foi uma experiência muito melhor do que a primeira, mas sinceramente, Paris não havia tocado meu coração. Ah, Charles de Gaulle é um caos, mandaram nossas malas para Madrid, ao invés de Roma... Sai de lá com um pouco de "eca" da cidade e sem a menor vontade de voltar lá tão cedo. Porém, este ano, recebemos um convite para passar alguns dias em Paris e assistir a uma comédia do Móliere. O convite veio de uma amigo do Érico que já morou por lá e que atualmente mora nos Camarões. Pensamos: por que não? Estamos perto, o Pablo conhece a cidade, é sempre bom encontrar com amigos e quem sabe não tiramos a "nhaca" de Paris. Novamente seis dias em Paris. Só que desta vez tudo absolutamente perfeito! Andamos pelas áreas menos turísticas, conseguimos entrar em diversos museus, fomos à Comédie Française, comemos em bistrots deliciosos, confeitarias absolutamente fenomenais, restaurantes exóticos, crepes na rua, vinhos e cervejas deliciosos, padarias fantásticas e "La Grande Épicerie de Paris", o mercado dos sonhos... Finalmente conhecemos Paris de verdade, tirei a "nhaca". Continuo achando Paris muito cheia de turistas, muito menos acolhedora do que Roma ou Amsterdam, mas aprendi a realmente gostar da cidade. Comemos tantas coisas deliciosas por lá, que acho que fui conquistada pela boca.  Paris é fenomenal mesmo sem Louvre, sem Torre, sem Ópera, Tuileries, Champs Elysées... pois tem: La Grande Épicerie, Pierre Hermé, Ladurée, Crepes, Camembert, Brie, Roquefort, Leichester, Tartiflette, Cocottes, Gateaux, Macarons, Crème brûllé, Crème Caramel, Merlot, Pinot Noir, Champagne, Bourgogne, Bordeaux, 1664... Aguardem as próximas postagens!

PS. Agora tenho os tais caderninhos cor de rosa, anoto tudo...