quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Cupcakes de Chocolate

Ontem falei das Whoopie pies e disse que elas viraram febre nos Estados Unidos junto com os Cupcakes. Pois bem, a receita de hoje é de um sabor clássico de cupcake: Chocolate! Em geral, não faço muitos bolos ou cupcakes de chocolate. Não tenho a menor idéia de por que, mas acabo sempre preferindo fazer doces com frutas. No moelleux, por exemplo, preferi fazer o bolinho de framboesa, para constrastar com o chocolate do recheio e não ficar muito enjoativo. Um blog de culinária não pode deixar de ter ao menos uma receita de bolo de chocolate. O problema é: quem vai comer o tal bolo de chocolate? Essa pergunta explica o fato de que os lindos cupcakes da foto ai em cima não são meus. Isso mesmo, não fui eu que fiz. Quem fez foi uma amiga, que também mora aqui na Itália, a Juliana. Ficar muito tempo longe de casa e dos amigos acaba levando as mulheres para a cozinha. Isso já virou clichê. Eu, a Ju e a Betina somos alguns exemplos entre outros tantos. A Ju já está virando profissional! Faz umas coisinhas lindas e apetitosas. Os cupcakes dela ficaram com uma cara deliciosa e ela ainda se empenhou na decoração. Ficaram muito fofos e muito bem feitos. Não é a toa que as crianças do condomínio dela adoraram! Ainda vou colocar mais receitas dela por aqui. Mesmo ela me matando de vontade quando publica fotos de brigadeiros no facebook...
Cupcakes decorados da Ju.
Os cupcakes foram decorados com pasta americana, também conhecido como fondant. É possível comprar a pasta americana pronta em lojas especializadas, mas não é muito complicado de fazer em casa. Pasta americana me traz muitas recordações de infância, pois quando era pequena adorava assistir ao programa "Confeitando Bolos com Marta Ballina". Ela fazia bolos espetaculares e ensinava passo-a-passo nesse programa de tv. Por isso, escolhi a receita da pasta americana da Marta Ballina, caso vocês queiram decorar os cupcakes como a Ju fez. Também encontrei uma receita de fondant de marshmallow, que parece facílimo de fazer e precisa de ingredientes menos complexos do que a pasta americana. Acho que vale a pena testar. Seguem as receitas dos Cupcakes de Chocolate, da Pasta Americana e do Fondant de Marshmallow.

por Juliana Cabral - Pádua - Itália

Pasta Americana (Marta Ballina)
Ingredientes:
- 150mL de água
- 21g de gelatina
- 3 colheres de sopa de glucose
- 60g de gordura vegetal
- 1 colher de sopa de essência de amêndoas
- Açúcar impalpável* (aproximadamente 1.300g)
*pode ser feito em casa: 500g de açúcar de confeiteiro, 27g de amido de milho. Bater no liquidificador até ficar bem fininho.

Modo de Preparo:
- Em uma tigela em banho-maria, dissolver a gelatina na água.
- Quando a gelatina estiver bem dissolvida, adicionar a glucose, a gordura vegetal e a essência de amêndoas.
- Misture até formar um líquido homogêneo.
- Coloque um pouco de açúcar impalpável sobre uma superfície limpa (mais ou menos 800g); abra um buraco no meio e verta a mistura de gelatina, gordura e essência.
- Com os dedos vá incorporando açúcar. Adicione açúcar até que fique com uma consistência firme, macia e maleável.
- Trabalhe a massa até que fique bem elática.
- Guarde em um saco plástico.
PS. Deve ser feita no dia do uso. Utilize corantes alimentares (líquido ou pastoso) para deixar a pasta nas cores desejadas.

Marshmallow Fondant
Ingredientes:
- 150g de marshmallows
- 15mL de água
- 330g de açúcar impalpável

Modo de Preparo:
- Em uma tigela em banho-maria, dissolver os marshmallows com a água. (Cerca de 20 minutos)
- Retirar do fogo e adicionar 150g de açúcar.
- Colocar o restante do açúcar em uma superfície limpa. Verter a mistura de marshmallow.
- Trabalhar a massa até que fique homogênea e elástica.
- Utilize corantes alimentares (líquido ou pastoso) para deixar o fondant nas cores desejadas.
- Envolver a massa com filme plástico e deixar repousar por pelo menos 24 horas antes de utilizar.

PS. Duram até 2 meses se conservado em recipiente hermético.
O marshmallow é aquele coloridinho de pacote (Campfire). Tente comprar os brancos, caso não encontre, evite os muito coloridos, senão a mistura vai ficar marrom "merda"....

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Whoopie Pies!

Feriado! Muitos podem pensar: Oba! Ótimo! Whoopie! Mas que nada... Uma droga, quando não se trabalha, feriado atrapalha. Eis que fomos para a academia, faz parte da rotina diária, e demos de cara com a porta fechada. Chato... Atrapalha a rotina e o sono, cansaso físico é importante para dormir bem. Ganhei duas horas a mais de internet hoje... Estava lendo a Folha e vi uma reportagem sobre Whoopie Pies. Nela dizia que as Whoopie pies estão chegando no mercado brasileiro e podem virar uma febre, como os cupcakes; mas sem substituir estes. Como em todas as reportagens que tratam de receitas estrangeiras que são absorvidas pelo Brasil tem o tradicional excesso de brasilidade. Va bene! Até que está muito melhor embasada do que o padrão... Serviu para aguçar minha curiosidade. Já havia visto whoopie pies no Top Chef Just Deserts, mas confesso que não me interessei por elas. Parecia um biscoito negresco e definitivamente não sou a maior fã do mundo desse tipo de biscoito. Bom, fui pesquisar. Descobri que os Whoopie pies, também chamados de Marshmallow Fluff, Gob, Black-and-White, Bob e BFO (Big Fat Oreo), viraram mania nacional nos Estados Unidos, em 2009. Desde então ganharam mais espaço, variações e estão ao lado dos cupcakes na preferência nacional norte-americana. O The New York Times fez uma reportagem bem interessante sobre as Whoopie Pies no início de 2009. Mania americana?! Futura mania brasileira?! Mas afinal, o que são Whoopie Pies?! São uma "coisa" doce que não é um bolinho, nem um biscoito, muito menos um macaron. É um Whoopie pie! Duas metades (do tamanho de um hamburguer. Sim! Enormes!) com textura intermediária entre bolo e biscoito, recheadas com algum tipo de creme. Um "cake-like sandwich" ou "sandwich-like cake"...
textura da whoopie pie
O original possui as metades sabor chocolate e recheio de marshmallow. As principais variações são: metades de abóbora ou red velvet e recheio de buttercream ou creme francês de baunilha. Os Whoopie pies são tradicionais na comunidade Amish da Pensilvânia e considerados um fenômeno na Nova Inglaterra. E, provavelmente chegaram aos Estados Unidos trazidos por grupos alemães e suiços - Amish e protestantes. Os homens costumavam levar Whoopie pies para comer no intervalo do trabalho. A idéia de colocar a cobertura dentro do bolo é de evitar que essa meleque tudo na lancheira e se perca. Não se sabe exatamente porquê os Whoopie pies espalharam-se pelos Estados Unidos somente em 2009. Sinceramente, continuo não vendo nada de especial nos Whoopie pies. E, definitivamente não acho que a "criatividade" brasileira (que eu chamaria de adaptação ao paladar e ingredientes locais) em substituir o recheio por brigadeiro ou doce de leite vai deixá-los mais atrativos. Na verdade, acho que eles só ficarão um pouco mais enjoativos. É uma bolacha fofa! Mas, para quem gosta de doce muito doce, ou tem crianças em casa e quiser arriscar, seguem duas receitas de Whoopie pies (estão em medidas americanas, se precisar use as tabelas de conversão de medidas). Quem testar, por favor, mande as impressões sobre a receita, fotos do resultado (troquem o recheio por algo mais simples...). Quem sabe sou convencida a testar também!

Amish Whoopie Pie
Ingredientes:
- 2 xícaras de açúcar
- 1 xícara degordura vegetal hidrogenada
- 2 ovos
- 4 xícaras de farinha
- 1 xícara de chocolate em pó (o famoso do padre)
- 2 tsp. essência de baunilha
- 1 tsp. de sal
- 1 xícara de leite azedo*
- 2 tsp. de bicarbonato de sódio
- 1 xícara de água quente.

*1 colher de sopa de vinagre de alcóol ou limão em uma xícara de leite integral, repouso de 15 minutos. (Deve coalhar).

Modo de Preparo:
- Bata o açúcar com a gordura vegetal. Adicione os ovos.
- Misture aos poucos a mistura de gordura, ovos e açúcar com o leite azedo.
- Adicione a baunilha.
- Dissolva o bicarbonato de sódio com a água quente e adicione por último.
- Mexa bem.
- Coloque em uma forma colheradas no formato de um cookie.
- Assar a 200ºC por 8 a 10 minutos.
- Faça sanduíches com 2 cookies, recheio de creme de marshmallow.

S'mores Whoopie Pie 
Ingredientes:
- 3 tsp. de manteiga (temperatura ambiente)
- 1 xícara de açúcar
- 1 ovo grande
- 1 tsp. de essência de baunilha
- 2 xícaras de farinha
- 1/2 xícara de chocolate em pó (chocolate do padre)
- 1/2 tsp. de sal
- 1 tsp. de bicarbonato de sódio
- 1/2 xícara de leite azedo*.
*1 colher de sopa de vinagre de alcóol ou limão em uma xícara de leite integral, repouso de 15 minutos. (Deve coalhar).

Ingredientes do recheio:
- 250g de manteiga (temperatura ambiente)
- 7 oz. de creme de marshmallows tostados 
- 1/2 xícara de açúcar
- 1 pacote de bolacha maria esmigalhada.

Modo de Preparo:
- Pré-aquecer o forno à 190ºC.
- Bata a manteiga com o creme de marshmallow até ficar macio. 
- Adicione lentamente o açúcar, bata até ficar cremoso.
- Em uma tigela grande bata o açúcar e a manteiga por mais ou menos 1 minuto, até agregarem bem. Deve ficar com consistência de areia molhada. Adicione o ovo e a baunilha e bata até ficar macio.
- Em uma tigela média misture os ingredientes secos.
- Em uma tigela pequena dissolva o bicarbonato de sódio em 1/2 xícara de água quente.
- Com um mixer ou a mão, misture 1/3 dos ingredientes secos, metade do leite azedo e metade da mistura de bicarbonato. Misture bem. Repita com o outro terço dos ingredientes secos, do leite azedo, e da mistura de bicarbonato e o restante dos ingredientes secos. Misture bem, até que forme uma massa homogênea.
- Coloque em uma forma (usar uma colher de sorvete) colheradas de massa (sinta-se a vontade de fazer no tamanho que quiser) distantes mais ou menos 5 cm uma da outra. 
- Asse de 6 a 8 minutos, até que a superfície não pareça mais úmida e que amasse quando levemente pressionado.
- Transfira para uma grelha e deixe secar.
- Quando completamente frios, recheie com o creme de marshmallow.

Conversão de Medidas Culinárias

A proporção e a quantidade de cada um dos ingredientes de uma receita é um dos fatores responsáveis pelo seu sucesso. Algumas receitas, principalmente as salgadas, são mais robustas. Aceitam pequenas variações sem que o resultado final seja um grande estrago. Já a confeitaria fina exige uma grande acurácia nas medidas, pois pequenas variações podem ser desastrosas no resultado final. É por isso que sempre prefiro utilizar medidas de massa e volume para a quantidade de cada um dos ingredientes. O grande problema é que nem sempre as receitas estão nas medidas que conhecemos, principalmente se a receita é de origem norte-americana ou inglesa. Esqueça a sua xícara de chá! Abandone suas colheres de chá, sopa e café! Os copos, xícaras e colheres que você usa no dia-a-dia não devem ser utilizados para medir os ingredientes de uma receita. Por que? Simples: você sabe se a sua xícara possui o mesmo volume da xícara de quem te passou a receita?! Pois é, isso é extremamente relevante!
Copo Medidor.
Essas variações de volume podem fazer com que o bolo delicioso que você comeu na casa da amiga fique extremamente indigesto quando feito na sua casa. O jeito de evitar essas variações é utilizar os copos e colheres medidores; aqueles que possuem a marcação das medidas para farinha, açúcar, líquidos - indicando a quantidade em unidade de massa, volume ou equivalente em xícaras (medida padronizada). O ideal mesmo seria utilizar uma balança, mas o copo e colheres
Colheres medidoras.

medidores já resolvem boa parte dos problemas. Algumas receitas necessitam de precisão de balança. A leitura do copo medidor está sujeita ao efeito paralaxe, que grosso modo, é aquela diferença na hora de enxergar a superfície do que está sendo medido em comparação com a marcação no copo. Receitas de confeitaria fina necessitam de precisão inclusive na medida dos ovos. Afinal, nem todos os ovos de galinha tem o mesmo tamanho. Há galinhas magrinhas e galinhas balofas! rs... Entretanto, para as receitas cotidianas o copo e as colheres medidores são suficientes. Afinal, a maioria das receitas de confeitaria fina precisa de ainda mais aparatos. Se você for tentar arriscar alguma delas, não será só a balança que vai faltar...
As tabelas abaixo podem ser de grande ajuda na hora de converter medidas.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma crítica para o forno!

E não é que alguém resolveu escrever uma crítica sobre o "Forno de Ensaio". Lógico que foi um amigo. E, não poderia ser diferente, pois o blog é acessado prioritariamente pelos amigos. Adorei a crítica! Muito obrigada Jessé! Fiquei muito feliz em saber que mesmo os não cozinheiros se divertem um pouquinho com os meus textos. O Jessé destaca as postagens sobre as cervejas 1664 e Lambic.  Tenho uma lista infindável de cervejas que provamos, fiz anotações e ainda não publiquei no blog. Prometo que tentarei dar um pouco mais de atenção aos leitores cervejeiros! A crítica foi publicada, em oito partes, no perfil do autor no facebook. Reproduzo aqui no blog. Afinal, não só as receitas e reviews merecem espaço por aqui.

Forno de Ensaio
Por Jessé de Almeida Primo

Após finalmente descobrir que poderia transformar o FACEBOOK num espaço para comentar literatura, praticamente não tenho feito outra coisa desde então. Devo dizer que dá muito trabalho: com a limitação de 420 caracteres ou só posso postar poemas com poucos versos ou dividi-los por partes... e fazer as indicações. Com os comentários, o procedimento é o mesmo.

Vamos agora ao que de fato interessa: há alguns blogs de literatura e de discussões culturais em geral que acompanho, entre os quais o de Pedro Sette-Câmara e o Ars Poetica, do poeta Érico Nogueira. No blog de Nogueira, para facilitar nossa vida, encontramos indicações com links para vários outros. E um em especial me chamou atenção: O Forno de Ensaio.

Eu que já acompanhava o Ars Poetica desde sua fundação, a indicação daquele me despertou a curiosidade. Afinal, era a primeira vez que vi aquele nome. Cliquei nele na expectativa de encontrar mais comentários a romances e poesias, enfim críticas literárias. Eis que é na verdade o mesmo Petit Plats da bióloga – e por que não ensaísta - Adriana Invitti que acompanhava antes.

Devem estar se perguntando por que razão falar de um blog de receitas. Digamos que é um blog ecumênico: serve tanto para as mulheres que querem segurar o maridão com os quitutes infalíveis como servem ao propósito de uma boa leitura. Isso mesmo: para mim não teria outra serventia. Não tenho dom para pratos criativos. Só sei fazer feijão, arroz, macarrão, cozinhar ou assar carne.

Eu sempre digo que não tenho inveja de poetas porque só invejo das pessoas a capacidade de fazer aquilo que também posso fazer. Por exemplo, posso invejar a desenvoltura com que Érico Nogueira ou Pedro Sette-Câmara escrevem crítica literária, mas não sua poesia. Afinal, sou ontologicamente impedido de escrever poemas.

Lendo Forno de Ensaio descobri outra coisa que não posso invejar: fazer pratos criativos a um só tempo agradáveis à vista e ao paladar. Por isso não ponho em prática suas receitas. Mas acho admirável – para não dizer invejável – a graça com que essas receitas são escritas, e mais ainda a descrição das circunstâncias em que as idéias dessa Ars Culinaria aparecem.

Nesse blog nos deparamos com uma série de textos em que o refinamento do espírito, a desenvoltura da inteligência e outros luxos da alma se manifestam não em comentários aos livros mais importantes da história da cultura: mas em simples comentários aos prazeres do paladar. Outra coisa admirável é que autora não tem sentimento de culpa com relação ao seu próprio refinamento.

Enfim, o verbo relacionado aos prazeres do prato se manifestam com a mesma dignidade das falas das divertidíssimas personagens femininas das peças de Oscar Wilde, como as maravilhosas Lady Bracknell e sua filha Gwendolen, da comédia The Importance of Being Earnest. Para encerrar, cara Adriana, estamos imaginando com quantos quilos a mais Érico retornará ao Brasil.

 

PS. Aviso que pelo contrário, Érico emagreceu... Vai saber o que isso significa! rs...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Breadsticks de Parmesão

Decidi inovar na receita do pão caseiro. A Betina já havia sugerido adicionar gergelim branco na segunda sova. Gergelim fica muito gostoso, assim como sementes de papoula. No caso do gergelim, adicione meia xícara de gergelim na massa no final da segunda sova. Deve-se usar um pouco menos sementes de papoula, pois elas são bem menores do que o gergelim. Adicione 3 a 4 colheres de chá no final da segunda sova. Lembre-se sempre que as sementes devem ficar bem incorporadas na massa. Não deixe que se formem focos de acúmulo de semente. Caso isso aconteça, sove mais... Bom, vamos esquecer as sementes. Essa postagem é para falar dos breadsticks de parmesão. Breadsticks, como o próprio nome diz, são palitos de pão. Foram inventados em Turim e são fantásticos como aperitivo. Quem nunca comeu um breadstick na Pizza Hut?! A receita do pão caseiro que postei por aqui é bastante versátil, você pode brincar com ela e criar sabores deliciosos. Foi o caso destes breadsticks de parmesão. Facílimos!!! Simplesmente adicionei 150g de grana padano ralado na massa (no final da segunda sova). Esperei os 15 minutos habituais, pós-segunda sova.
Breadsticks recém saídos do forno.
E, moldei em formato de bastões. Mais ou menos do tamanho de uma caneta bic e da largura do dedão (o meu, não o do Getter... dã!). Antes de levar ao forno, cobri com mais grana padano. Ficaram aproximadamente 30 minutos no forno (200ºC), devem ficar dourados. Se você achar que o queijo não está parando em cima do stick, passe um pouquinho de gema de ovo que ele gruda. Não gosto muito desse efeito, pois deixa o pão com brilho. Breadsticks não devem ser brilhantes... brioches sim! O resultado final foram os breadsticks ai das fotos... Deliciosos!!! Devorados rapidamente...

PS. Rendimento: 20 breadsticks.
      Valor energético: 95kcal por breadstick.
      Tempo de preparo: o mesmo do pão caseiro
     
Dicas:
- Pode substituir o grana padano por parmesão, mas evite usar o de pacotinho. Na maioria dos casos é farinha aromatizada e não tem o efeito adequado. Outros queijos como provolone, gouda, reino e edamer também podem ser utilizados. Logo logo vou fazer um teste com gorgozola, que é mole, aviso vocês as quantidades e como adaptar a massa.
- Em relação as sementes: podem se empolgar! Linhaça, gergelim, semente de abóbora, papoula, girassol e etc. Monte a sua mistura. Adicione na segunda sova. Só não exagere!!!! Se colocar sementes demais a massa pode "desandar" e ficar muito dura.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Fiori di Zucca - Um Belo Desastre

Afobação, empolgação, ansiedade, preguiça, excesso de confiança juntos geram caos. Ontem, fui comprar verduras e as flores de abóbora (fiori di zucca) estavam maravilhosas; apesar de ser outono e elas serem típicas da primavera. Não resisti e comprei uma dúzia. Cheguei em casa super-empolgada para fazer um macarrão com molho de flor de abóbora; uma delícia! O problema é que tinha uma tonelada de risoto que tinha sobrado do almoço de domingo. Ok! Contive a empolgação, fiz um frango grelhado para acompanhar o risoto e esperei ansiosamente pelo almoço de hoje. Nesse meio tempo fui fazer a pesquisa das receitas de molho com flor de abóbora. Descobri ser um prato típico do Abruzzo e que precisava de alguns ingredientes que eu não tinha em casa. Começa ai o desastre!
Ingrediente "mancante" nº 1: Açafrão. 
1 - Excesso de confiança: Eu adoro inventar na cozinha e, em geral, funciona bem. Dificilmente alguma coisa fica não comestível. Nesse embalo, achei que podia inventar qualquer coisa e sempre funcionaria. Olhem só que idéia tonta: substitui o açafrão por páprica.
2 - Preguiça: Ah, não vou sair para comprar açafrão, ainda mais que só vai ter no mercado que é longe... Páprica deixa coloridinho também. Não vai fazer diferença, afinal, o meu interesse é no gosto das flores.
Ingrediente "mancante" nº 2: Gema de Ovo.
1 - Excesso de confiança: Nem precisa essa gema de ovo, vou engrossar com farinha que dá na mesma.
2 - Preguiça: Sim, ontem eu fui no açougue (que é onde se compra frios e ovos também). Esqueci completamente de comprar ovos, percebi quando já estava em casa. Preguiça enorme de voltar só para comprar ovos. Não fui, afinal, pra tudo se dá um jeito.
Ingrediente "mancante" nº 3: Queijo pecorino.
1 - Excesso de confiança: Ah! Grana padano e pecorino têm quase o mesmo gosto, um é só um pouco mais salgado do que o outro! rs (Isso foi uma invenção da minha cabeça para me convencer de que era possível fazer a receita. Afinal, no outro dia substitui gruyère por parmesão e semi-funcionou...).
Beleza, dos 10 ingredientes para o molho substitui 3! Ah, só 30%... sendo que sal e pimenta estão na conta... Detalhe importante da receita, que eu fiz questão de ignorar: "use um bom açafrão, pois ele é essencial para potencializar o sabor das flores", "se quiser aumentar o sabor do molho, aumente um pouco a quantidade de pecorino"... Na verdade foi meu cérebro que ignorou, porque eu realmente só percebi que isso estava lá no texto da receita, quando re-li depois do almoço. Ansiedade e Afobação!
Minhas Fiori di Zucca. Lindas!!!!

Ingrediente principal: Flores de Abóbora
1 - Afobação: Como se limpa flor de abóbora?! Sei lá! Lava na água e corta que nem manda a receita... Ops, essa aqui tem pistilo, tiro ou deixo? Deixa que vai ficar mais saboroso... Desencaixo o cálice?! Nem... corta direto que vai mais rápido.
Nota: Forma correta de limpar uma flor de abóbora: retirar os pistilos, desencaixar o cálice (cuidar para retirar a parte com espinhos), lavar com cuidado, pois a flor é muito frágil.
2 - Ansiedade + Empolgação: "Gon, já que falta um monte de coisas, deixa pra fazer amanhã". Não, não, não... As flores vão murchar! Olha como elas estão lindas! Estou morrendo de vontade desse molho. Vou fazer hoje mesmo!

Meu Fusilli Fiori di Zucca. Sem a menor graça!
Resultado final: Comestível, mas quase sem gosto! Se eu tivesse feito sem as flores de abóbora e com hibisco roxo teria dado no mesmo, só que o molho ia ficar lilás ao invés de amarelinho. O açafrão fez muita falta! O parmesão não derreteu bem, meio que grudou na cebola e nos pedacinhos de flor... A consistência ficou aguadinha, faltou a gema de ovo. Sei lá porque a farinha não engrossou. Acho que porque não era para engrossar mesmo. E foi assim: almoço completamente sem graça! Que ódio de mim! Tenho pavor de coisa mal feita e o que eu fiz: sucessão de erros infantis para resultar em uma coisa mal feita! Blarght! Purtroppo cosi! Uma hora dessas faço a receita direitinho, vejo se fica realmente gostosa e coloco aqui no blog pra vocês.

PS. :
"mancante" = que faltava
O que os italianos chamam de fiori di zucca pode ser flor de abóbora ou de abobrinha.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Moelleux Framboise coeur Chocolat Blanc

Os moelleux são os bolinhos que chamamos de petits gateaux no Brasil. Moelleux significa macio, aveludado. E, eles são mesmo petits gateaux. O molleaux possui uma textura bastante macia e aveludada, como o próprio nome já diz... Cozinham por pouco tempo, só o suficiente para formar uma casquinha firme e para que internamente forme-se um recheio cremoso. Devem ser servidos mornos, de preferência, servidos imediatamente após o cozimento. É possível guardá-los na geladeira e aquecê-los no microondas antes de servir, mas se lembre que o resultado não é o mesmo. Afinal, comida requentada é comida requentada, ainda mais no microondas. Os moelleux clássicos são os feitos com chocolate, que quando você corta escorre aquele chocolate cremoso. Entretanto existem variações espetaculares de moelleux que não possuem a estrutura principal feita de chocolate. O moelleux de framboesa é um exemplo. A "massa" é feita com framboesas, fica rosada e levemente azeda. Uma delícia de combinação com o recheio de ganache de chocolate branco. Esses bolinhos são uma verdadeira perdição! Menos doces e enjoativos que as versões unicamente de chocolate, é difícil conseguir parar de comer. Estupendos! Sucesso garantido!



Dicas:
- Não se desespere, a sensação é de que eles não cozinharam direito depois de cerca de 10 minutos. É assim mesmo! Só deixe mais tempo no forno se os bolinhos estiverem excessivamante moles.
- Muito cuidado na hora de desenformar, eles são extremamente delicados, se você exagerar na força vão desmontar.
- Espere esfriarem um pouquinho antes de desenformar, mas não muito...

sábado, 20 de novembro de 2010

Reviews - Pão Caseiro



por Betina Peixoto - Belgrado - Sérvia


Bom, como já diria meu ídolo, Jack, o estripador, vamos por partes.
Primeiro que eu não tinha fermento seco, só o fresco. Aí muda pra 15gr.
Segundo que meu fermento não fez bolinhas, como deveria, mas vai que era um fermento tímido, sei lá. =)
Depois que eu não faço idéia de que se a farinha que usei era de grão duro, pq aqui é por número (tipo 400, tipo 500...). Mas eu compro sempe a tipo 500, por que tem uns desenhinhos na embalagem de pães e coisas salgadas. A tipo 400 tem uns desenhos de bolos e coisas doces. Pra ser bem sincera: já fiz bolo com a 500 (os muffins inclusive!!!) e já fiz empadão com a 400. É tudo farinha do mesmo saco!!!!
Mas na dúvida, resolvi usar só 200 ml de água. Se ficasse muito duro, eu colocava mais um pouquinho.
A massa ficou no ponto perfeito na primeira sova (não grudenta, que eu acho q se tivesse colocado mais água teria ficado).
Na hora do descanso, ela cresceu bastante, mesmo com o fermento não ter feito as bolinhas e talz. Ela ficou 'aerada' pra segunda sova. Tava tão bonitinha que deu até pena de sovar...
Ficou mais 15 min no descanso e tem q colaborar na farinha na superfície, pq senão gruda mesmo!!!!! Ainda bem q eu coloquei bastante!!!!
Aí eu não quis fuçar muito nela antes de colocar na forma e acabei deixando ela meio como estava, só dei umas espremidas pra ela 'seguir' o o comprimento da forma, mas ela não quis muito não... se eu tivesse tido 'coragem' e feito decentemente, teria ficado mais bonita. Porém, meu estômago não tem olho, o do Biko muito menos, diferença nenhuma!!!! Na próxima, eu me empenho mais na 'beleza'. =D
Teria tido uns 15 infartos se a Adri não tivesse me socorrido pelo facebook durante o processo, pq meu histórico familiar com pães não é bom. Achei que tivesse 'herdado a maldição do pão', então nunca me empenhei de fazer um pãozão decente, só pãozinho, que não conta. 'meu fermento não fez bolinha!!!' 'tem q sovar pela terceira vez??' 'tô nervosa, me abraça!'.

Foi meu primeiro pão, tô deveras orgulhosa, chega a dar pena de cortar, mas por isso eu tirei as fotos, pra guardar na memória 'meu primeiro pão' (aaaaaaaawwwwwwww), pra mandar pra 'fessora que me ensinou direitinho e mostrar pra minha mãe q eu consigo fazer pão e ela não! RÁ!
Obrigada Adri!!!!

Comento:Definitivamente amei esse review!!!! Fiquei extremamente feliz com o sucesso do pão da Betina e com o que ela escreveu! :D
A farinha de grão duro é mais amarela do que a farinha normal.
A Betina também fez a mesma receita com gergelim. Adicionou meia xícara de gergelim branco na hora de sovar pela segunda fez. É uma ótima variação para a receita.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Pão Caseiro

Já faz algum tempo que falo no tal pão caseiro e sempre acabo esquecendo de colocar a receita aqui no blog. Finalmente tomei vergonha na cara e eis a receita. Eu queria antes colocar a receita do fermento caseiro, como criar as suas próprias leveduras. Essa semana, com o frio que está fazendo por aqui e sem o aquecimento ligado, deparei-me com um pequeno problema: o fermento caseiro fora da temperatura adequada é muito lerdo. Isso mesmo, demora demais para crescer e acaba gerando mais metabólitos que deixam o pão levemente azedinho. Aquele gostinho típico do pão francês. Decidi me render ao fermento biológico seco. O resultado é diferente daquele com o fermento natural da farinha, mas tão bom quanto. E, no fim das contas, poucas pessoas no mundo tem paciência para ficar cultivando fermento em casa. Quantas vezes vi minha mãe jogar fora o tal iogurte caseiro... O fermento dá na mesma. Então, segue a receita do pão caseiro, pão branco. Fica uma delícia! Hummmm.... recém saído do forno só com uma manteiga é incomparável! Outra hora, quando finalmente a casa não estiver com a temperatura beirando os 15 graus, eu recupero meu fermento caseiro. Enquanto isso, continuo me aproveitando de certas praticidades da vida moderna.


Dicas:
- É possível substituir o fermento biológico seco por fermento biológico fresco (o que fica na geladeira). Nesse caso uso 15g de fermento biológico fresco em substituição ao seco. Faça o pré-preparo do fermento com água morna e sem adicionar açúcar. A diferença é que o fermento fresco não espuma, está pronto quando aparecem bolinhas de ar na superfície.
- A farinha ideal é a de grão duro, que é a mais amarelinha. Entretanto, nada impede de utilizar farinha comum; nesse caso reduza um pouco a quantidade de água. Também pode ser feito com farinha integral, mas não substitua totalmente a farinha de grão duro pela integral, pois o pão fica muito pesado. Utilize metade de farinha integral, metade de farinha de grão duro ou normal. Quando se usa farinha integral deve-se aumentar um pouquinho a quantidade de água.
Pão com 5 horas de levitação natural, meu francezinho!
- A consistência da massa é um chicletes que arrebenta e não é muito grudenta. Se ela fica parada gruda na superfície, mas na hora que está sovando não deve ficar toda colada na superfície. Se estiver muito grudenta coloque um pouquinho mais de farinha e se estiver muito quebradiça e pouco elástica coloque mais água.
- Antes de colocar pra crescer a primeira vez, a massa fica igualzinha massinha de modelar; essa é a consistencia perfeita. Depois de crescer fica mais molinha e um pouco grudentinha.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Culinária francesa x italiana

Sempre me perguntam porque prefiro os livros de culinária e receitas francesas às italianas. A resposta?! Os franceses são mais cuidadosos, meticulosos, conseguem lidar bem com sabores novos e arriscar enquanto os italianos fazem muito bem o "feijão com arroz", mas não arriscam, não experimentam, não possuem a delicadeza e deixam toda a inventividade e criatividade para áreas em que o seu estômago não seja afetado. Um italiano padrão quer comer pasta ao sugo sempre, não importa se está no Japão, na India, na Alemanha ou na França. Essa é a grande diferença. O francês é chato, geralmente muito chato, acha que faz a melhor comida do mundo.  Eu particularmente acho que eles fazem, principalmente porque sabem agregar sabores exóticos e criar pratos fenomenais. Os italianos?! São aparentemente menos chatos, parecem mais flexíveis, têm a certeza de que fazem a melhor comida do mundo. Sim, eles tem certeza absoluta de que são os melhores. Realmente a comida italiana é deliciosa e se espalhou mundo a fora. O engraçado é que os italianos só comem comida italiana. Em qualquer lugar do mundo eles buscam desesperadamente por uma Tratoria ou ao menos uma pizza a taglio. Os pratos são menos elaborados, mais rústicos. O tomate e o azeite de oliva são base para quase tudo. Ok, na França usa-se muita manteiga e creme de leite...Mas, vocês já viram quantas variações possíveis para um simples creme de leite em uma receita francesa? Bom, essa é só uma pequena observação depois de enxergar um pouco das coisas por aqui. Um bom exemplo é o supermercado. Na rede italiana mal se encontram os temperos básicos; vire-se você com pepperoncino, manjericão e salsinha; quando tem. Na rede francesa, delícia, manjericão, alecrim, salsinha, orégano, pimenta, molho inglês, vários tipos de mostrada, noz moscada, gengibre, curry, páprica.... nem preciso continuar né?! Fora a carne! O boi da rede francesa é também francês. Cortes ótimos! Compra-se um bom pedaço de sirloin por um preço justo. O italiano?! Ha Ha Ha. Aprenda a comer o maldito vitelo (o boi bebê italiano), a carne de boi que cozida fica com cara de frango. Ou, quem sabe opte pelo tacchino!!!! Tacchino! Tacchino!!!!! E dá-lhe frango. Isso que a minha comida favorita ainda é um bom prato de pasta!

Molhos Básicos - Molho Bolonhesa ou Ragu

O molho bolonhesa é um clássico, mesmo na culinária brasileira. Facílimo de fazer e muito saboroso é uma saída rápida e simples para os dias em que dá aquela super preguiça de cozinhar. Existem diversas versões de molho bolonhesa e é difícil identificar qual realmente é a original. Inúmeras variações que levam cogumelos, cenoura, louro, alecrim, bacon, vinho, noz moscada, carne de porco, fígado... entre outros. Ou seja, um caos! A receita original da Academia Italiana de Cozinha leva carne magra moída, bacon, cenoura, salsão, cebola, extrato de tomate, leite, vinho tinto seco, sal e pimenta. Bem diferente do padrão que estamos acostumados, ainda mais que a quantidade de extrato de tomate é mínima. Entretanto, mesmo em Bolonha, existem diversas variações de receitas de molho bolonhesa registradas e que fazem parte da cultura local. O molho bolonhesa também é chamado de ragu. Geralmente o ragu é o bolonhesa do sul da Itália e o bolonhesa é o ragu do norte. Na verdade ragu é o tal molho com extrato de tomate e carne moída, não importa de que bicho. Resumidamente, molho bolonhesa é um Ragu ao estilo de Bolonha. Já viram a bagunça né. Se formos levar a regra ao pé da letra, quando não fazemos o molho com vinho, cenouras, salsão e bacon, deveríamos chamá-lo apenas de Ragu. Entretanto, o nome bolonhesa já é sinônimo de sugo com carne moída, pelo menos no Brasil. E, quer saber, os italianos economizam demais na carne, o molho fica ralinho ou, aquele que parece ter mais carne, é um monte de salsão e cenoura com um pouquinho de carne. Prefiro o bolonhesa brasileiro... ou melhor, o meu bolonhesa! Segue uma receita rápida e prática de molho bolonhesa.

Dicas:
- O extrato de tomate da receita na verdade é passata de pomodoro; que no Brasil são os molhos tipo pomarola. Se for usar extrato de tomate tipo elefante (o rei do corante!), diminua a quantidade senão fica muito forte.
- O açúcar da receita tem a função de diminuir a acidez do molho de tomate, por isso não deixe de adicionar.
- Substitua a salsinha e a cebolinha por alecrim, fica uma delícia também. Evite manjericão, esse combina melhor com o sugo tradicional.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

La pasta fatta in casa

Estou acostumada com o ritual de preparar massa em casa desde criança. Todos lá em casa são absolutamente loucos por pastas de todos os tipos e meu pai adorava colocar todo mundo para trabalhar no final de semana. Fazer massa em casa aparentemente dá muito trabalho. Realmente, quando se faz tudo na mão, é uma boa musculação. Lá na casa dos meus pais tem uma máquina de massa, a Pastamatic, que simplesmente faz praticamente tudo sozinha. Desde o empasto até lindos e variados formatos. Meu irmão era normalmente o responsável por pilotar a máquina. Aqui em casa não temos essa folga de máquina de massa... Tudo feito na mão mesmo! Eu e o Érico adoramos massa e a feita em casa é incomparável! Você pode comprar a melhor marca de massa seca no mercado, pagar caro, mas nada como a fresquinha feita em casa. Ok, para os "preguiçosos", a massa fresca das casas de massa de São Paulo são ótimas. Mas, fazer em casa do seu jeito e com o seu sabor preferido é sempre muito melhor! Eu amo massa verde! Segue uma receita básica de massa verde, que você pode transformar num delicioso tagliatelle ao molho branco. Vamos lá, fôlego, tempo, animação...


Dicas:
- A farinha de grão duro deixa a massa mais difícil de trabalhar, mas também mais gostosa. Entretanto, nada impede de fazer a massa com a farinha comum; lembre-se que nesse caso a massa cozinha mais rapidamente, cuidado para que ela não fique mole.
- Quando falo "esticar e reunir" significa: prenda a massa com uma das mãos e com a outra puxe, esticando a massa. Enrole o que você puxou e reuna a massa. Repita esse movimento por mais ou menos 15 minutos. Isso é o "sovar" a massa, no caso da massa de macarrão.
- Para fazer a massa branca tradicional é só eliminar o espinafre nos ingredientes da receita. Crie outros sabores de massa substituindo o espinafre por beterraba (massa rosa), cenoura ralada (massa laranja claro), tomates (massa avermelhada), manjericão fresco, açafrão, outras ervas aromáticas, funghi porcini, pimenta... sempre na mesma quantidade do espinafre. Use a criatividade!
- Quer dividir o trabalho em dois dias? O tempo de descanso da massa (1 hora) pode ser aumentado para overnight (de um dia para o outro). Nesse caso embale a massa com filme plastico e deixe na geladeira em um recipiente hermético. Outra opção é deixar a massa pronta, já no formato desejado, secando de um dia para outro. Nesse caso lembre-se: massas compridas devem estar em varais, cabides... massas curtas devem estar em superfícies enfarinhadas cobertas com pano.
- Se você quiser a massa meio "listradinha", sem uma cor uniforme, como a massa da foto lá em cima, pique menos o espinafre.
- Tortellini, Lasanha e outros formatos mais (feitos a mão - sem ajuda de máquina) estarão em outras postagens.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Giro d'Italia

Ufa, voltei! Abandonei vocês por quase 1 mês... No dia 25 de outubro recebemos visitas especiais, os pais do Érico. Nossa atenção ficou 100% voltada para eles, afinal já fazia bem uns 9 meses que não nos víamos. Abandonei temporariamente o blog, mas não abandonei as atividades gourmands. Levamos meus sogros para uma pequena voltinha pela Itália e aproveitei esse giro para recolher informações culinárias sobre as cidades e regiões pelas quais passamos. Delícias e mais delícias! Acho até que dei uma "embalonada" pois queria provar de tudo. Almoço, jantar, café... sempre saindo dos lugares rolando! Passamos pela Umbria, Toscana, Vêneto e Marche. Cada uma dessas regiões possui ingredientes típicos e variações exclusivas da típica pasta italiana. Parece engraçado, mas a Itália com apenas 301.302km² (um pouco maior que o estado do Rio Grande do Sul - 281.750km² ) possui variações de costumes, alimentação, sotaque e língua que se equiparam e até mesmo, em alguns casos, superam as variações existentes no 8.514.876km² do Brasil. Essa grande variação, inclusive entre cidades de uma mesma região, é explicada pela história da Itália. Até a metade do século 19, a Itália era dividida em reinos e ducados sob o controle da Igreja, da Austria e da Casa de Savóia. Foi somente em 1861 que a Itália foi reconhecida como um estado unitário (Reino da Itália). Entretanto, todas as atuais regiões da República Italiana foram unificadas somente depois da Primeira Guerra Mundial. Ainda assim, o país possui duas regiões internas independentes: o Vaticano e San Marino. Bom, dá pra perceber porque a Itália tem tantos lugares diferentes. Vou falar um pouquinho de cada uma das regiões pelas quais passamos nas próximas postagens. As coisas aqui em casa estão ainda em organização, mas vou tentar intercalar receitas com o Giro d'Italia. Não percam as próximas postagens... Tartufo branco e negro, chocolate, presunto de Norcia, Tortellini, Tortelli, Nero di Sepia, Brodetto, Torrone, Brigidini, Bacci di Assisi, Prosecco, Chianti, Bistecca alla Fiorentina... E, muito mais!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Muffins de Limão com recheio cremoso

Ontem, comentei que faria muffins de limão. Eles ficaram fenomenais! Leves, fofinhos e com um recheio cremoso que derrete na boca! Continuando o embalo das dicas sobre bolos, que publiquei mais cedo, segue a receita dos muffins. Um pouquinho trabalhosos, demoram um pouco para ficar prontos, mas definitivamente vale a pena. Fiz com limão siciliano, acho que eles ficam mais saborosos. Entretanto, nenhuma restrição ao uso do limão tahiti nessa receita; eles vão ficar mais azedinhos e menos aromáticos, nesse caso.


Dicas:
- A manteiga deve estar em temperatura ambiente, bem macia. Assim é mais fácil fazer a massa.
- Pode ser feito na batedeira ou a mão.
- As raspas de limão devem ser exclusivamente da parte colorida da casca. Evite pegar a parte branca, ela pode deixar a massa amarga.
- Passar o ovo em uma peneira ajuda a não formar grumos no preparação do recheio.
- Não use fogo alto para preparar o recheio, pode formar grumos.
- É normal sobrar um pouco de recheio. As opções são: dobrar a quantidade de massa e fazer 24 muffins ou congelar o recheio para usar em outra oportunidade. Nesse caso, o recheio mantém todas as suas características por cerca de 2 meses.
- Teste recheios de outros sabores, substituindo o suco de limão por suco de laranja, abacaxi, lima... Só evite frutas muito gordurosas que não geram sucos líquidos como banana e abacate.
- Os muffins ficam deliciosos mesmo sem o recheio e menos calóricos. Cada muffin fica com apenas 96Kcal.
Mini-cakes légers coeur citron (olhar última dica)
- O recheio cremoso de limão pode ser utilizado com a receita dos mini-cakes de cereja, em substituição as cerejas. Nesse caso cada muffin ficaria com 150Kcal. Já fiz esse teste. Ficam muito gostosos, com uma casquinha levemente crocante, mas um pouco mais pesados e o gosto de limão mais suave.

Dicas para fazer bolos!

Essas dicas que sairam no Estadão são excelentes e tiram muitas dúvidas sobre o preparo de bolos! Confiram aqui: S.A.F.B. - Serviço de Atendimento ao fazedor de bolo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Diário de quarta-feira

Hoje é um daqueles dias que não é ruim, mas não precisava existir. Acordei com um enorme desânimo com o mundo... Acho que estou lendo jornais demais. Fiquei com uma preguiça imensa de sentar na frente do computador e abrir os sites que geralmente acesso. Cansada de ficar lendo coisas chatas. Preguiça de ver gente se "matando" na França, brigando com passeata de homossexuais na Sérvia, cancelando jogo de futebol por violência na Itália, discutindo a vida privada das pessoas: Fez aborto? É lésbica? Fiquei triste com o mundo. Gente chata, cuidem da própria via e respeitem a dos outros! Ok, na França eles estão cuidando da "própria" vida, mas... Bom, não vou discutir esse tipo de coisa, a "vida" dos outros... Fui fazer o almoço... atrasei bastante no preparo, é verdade. Mas, como já disse, cozinha é local de descarrego. Nada melhor do que ficar inventando, cortando ingredientes, sovando massas pra aliviar o stress. Fiz uma deliciosa torta de parmesão recheada com cogumelos e bacon. Gorda! Muito gorda! Ainda assim deliciosa. E, como nos tempos passados, sem receita! Não anotei nada, não tirei fotos, não tenho a menor idéia do que coloquei nela. Ficou absolutamente deliciosa! Mas, exatamente com esse sabor, só hoje. Almoçamos e decidi sentar no computador para escrever um post. Droga! Images uploads disabled. Não vou escrever sobre comida sem poder colocar uma misera foto ou ter que digitar a receita fora do padrão do blog (lembrem-se sempre que sou virginiana). Melhor arrumar outra coisa pra fazer. Decidi assistir Top Chefs Just Deserts. Fui descansar a cabeça vendo um reality show de sobremesas, tonto como qualquer reality, mas divertido ver a criatividade e a falta dela. Ou mesmo a dificuldade que os participantes tem de se desvincular da alta confeitaria (pasticeria, já discuti a escolha do termo em outra postagem), como na hora de preparar doces para crianças. Assisti dois episódios... matei a academia... fui ao mercado... Agora vou preparar muffins de limão, prometo anotar tudo e tirar fotos para logo postar aqui. Distrair de vez a cabeça. Quem sabe um Grignolino d'Asti ou um Syrah da Sicília para fechar a noite. Amanhã acordo melhor! Prometo uma boa receita ou algo realmente interessante... Boa quarta-feira de futebol a todos!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Molhos Básicos - Molho Branco

Os molhos muitas vezes parecem a parte mais difícil de uma receita, ou talvez a mais demorada. Diante disso, muita gente opta por comprar molhos prontos. Entretanto, existem alguns tipos de molho que são muito fáceis de fazer, rápidos e deliciosos. O molho de caixinha, ou de frasco, possui muitos conservantes e na maioria das vezes o sabor nem chega perto do feito em casa. Hoje inicio uma série de postagens sobre molhos básicos, para mostrar que os molhos não são um bicho-de-sete-cabeças e, quando preparados em casa, deixam os pratos muito mais gostosos.
O molho branco é um verdadeiro coringa na cozinha, pois pode ser adaptado de diversas formas. A adição de ervilhas, milho, salame, ervas, frango desfiado, peito de peru, cenoura picada, nozes, castanhas, passas brancas e pretas, entre uma infinidadade de outras coisas, fazem com que o molho branco fique diferente e se adapte a quase todo o tipo de prato. É extremamente versátil e pode gerar composições absolutamente deliciosas. Mas, esqueçam o creme de leite! Molho branco não é creme de leite quente com um dado de caldo de carne ou galinha, muito menos com leite fervido com sal e pimenta. Molho branco é molho branco... Vejam a receita básica e criem suas próprias variações, pois é só adicionar os ingredientes no final. Vou mostrar algumas variações que ficam ótimas nas próximas postagens.

Dicas:
- Se quiser um molho um pouco mais líquido, faça o molho na seguinte proporção: 15g de farinha para 15g de manteiga para 300mL de leite.
- Caso sobrem alguns grumos, passe o molho em uma peneira antes de servir.
- O contato com o ar faz com que o molho forme uma película na superfície, quando esfria. Evite a formação da película cobrindo o molho com um filme plástico untado com óleo (parte que vai ficar em contato com o molho) ou passando um pouco de manteiga sobre o molho antes dele esfriar (prenda um pedacinho de manteiga em um garfo e deslize sobre o molho, formando uma fina camada de manteiga derretida).

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mini-cake de Cebola

Esse final de semana fiquei com uma preguiça enorme de escrever aqui no blog. O outono chegou com força total, esfriou um bom tanto, os dias estão cinzas e com muito vento. Segunda-feira de começo de outono é ainda mais desanimador... Ânimo, ânimo, ânimo!!! O outono diminui a temperatura e permite fazer receitas muito mais "gordas". E, o forno, é até bom que ele dê uma esquentadinha na casa. Esses mini-cakes de cebola são super-fáceis de fazer. Eles ficam com uma consistiência intermediária entre um bolo e um soufflé. Formam uma casquinha crocante e o meio fica cremoso. Hummmm... Fiquei até com água-na-boca de lembrar. Servi meus mini-cakes de cebola com uma linguiça ao forno (a lunganica italiana). Ficou um pão com linguiça glamuroso!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Bourgogne-épineuil

Já comentei na postagem sobre os queijos franceses, que o vinho que escolhemos para acompanhar nossa degustação de queijos foi um bourgogne; mais especificamente um bourgogne-épineuil. Os vinhos chamados bourgogne são mundialmente conhecidos e sua produção é bastante antiga, acredita-se que tenha iniciado no século II a.C.. Eles são produzidos na região da francesa denominada Borgonha, que compreende aos departamentos Yonne, Côte-d'Or, Nièvre e Saône-et-Loire. É uma região bastante grande e fragmentada, em consequência disso, a qualidade e algumas características do vinho variam bastante. Existem centenas de diferentes AOC dentro da região da Borgonha. A região produz principalmente vinhos brancos (Chardonnay e Aligoté), seguidos em número pelos tinhos (Gammay e Pinot Noir) e uma quantidade bem pequena de rosés. O Bourgogne-épineuil é a denominação específica para os vinhos produzidos na região de Tonnerre, que fica no departamento de Yonne. A cidade que dá nome a AOC é Épineuil, tem aproximadamente 600 habitantes e é a terra natal do famoso cartunista francês Alfred Grévin. Os bourgogne-épineuil tintos são produzidos exclusivamente com a uva Pinot Noir.

É uma variedade de uvas pequenas e densas, com grão ovóides e de coloração azul escuro. É considerada uma das uvas mais complexas do mundo. É uma variedade que exige solo argilo-calcário, clima continental e é  extremamente delicada, muito sensível a maioria de doenças e pragas, fazendo com que seu cultivo seja bastante complexo. Possuem um alto potencial de acúmulo de açúcar e uma acidez somente mediana, que pode ser insuficiente na maturidade. Os vinhos, via de regra, são potentes, ricos, com cores vivas, medianamente tânicos e que reagem muito bem ao envelhecimento (que pode ser de 2, 5, 10 ou mais anos, de acordo com o produtor). O bourgogne-épineuil que provamos era da vinícola Alain Mathias, da safra de 2008. Ganhou em 2009 a medalha de bronze no Concurso de Vinhos do Grand Auxerrois em 2009.
Não sei se não estavamos preparados para o sabor desse vinho, ou se o Château Chérubin (merlot/cabernet savignon) que tomamos a tarde não permitiu que percebêssemos as particularidades deste Pinot Noir; mas acabamos classificando-o simplesmente como um bom vinho. Sem muitos confetes! É um vinho bastante leve, "desce macio". A cor é linda! Vermelho brilhante, é bem aromático, frutas vermelhas. O sabor é suave. É bem gostoso! Mas, acho que precisamos de outra garrafa para sentir a sua complexidade. Talvez estivessemos muito mais preocupados em degustar os queijos... hehehe



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Quiche de Brócolis

No final de semana passado, estava um pouco entediada das comidas de sempre. Fiquei muito tempo pensando em bolachinhas e coisas doces afins e dei uma diminuida no ritmo dos salgados. Eis que no sábado, em um surto de empolgação, cozinhei mil e uma coisas diferentes, entre doces e salgados. Uma delas foi o quiche de brócolis. Fiz uma massa podre salgada padrão e inventei um recheio de brócolis, baseado em várias receitas de recheio de quiche que eu já havia lido. Ficou absolutamente fantástico! Tanto quente, quanto frio (comemos no jantar sem esquentá-los), estavam muito saborosos e foi uma comidinha especial de sábado. Espero que vocês apreciem! É um quiche bem menos gordo que o lorraine...