terça-feira, 27 de julho de 2010

Mini Éclairs à la vanille

O calor continua absolutamente insuportável, mas só cozinhar o "básico" e as piadinas também é quase tão chato quanto o calor. A confecção das piadinas virou rotina e bastante entediante... Assim como preparar células eletrocompetentes ou isolar mononucleares. O resultado é bom, mas o serviço muito mecânico! Depois de alguma negociação e graças à excelente aquisição do ar condicionado consegui a liberação do forno por 1 hora. Uhu! Decidi fazer os éclairs, pois o tempo no forno é pequeno e eles dão uma quantidade razoável de trabalho, o que faria com que eu me divertisse bastante. Afinal, não sei quando vou conseguir liberar o forno de novo!
Éclair significa relâmpago. Diz-se que as bombas, como são conhecidos no Brasil, receberam este nome por serem devoradas muito rapidamente: como um relâmpago! E, realmente, são deliciosas! Os éclairs são uma variação do uso da famosa pâte à choux; que é a massa dos profiterole, bignès, carolinas, sonhos espanhóis, saint-honorè, paris-brest, entre outros. A pâte à choux é a massa mais estranha do mundo. O jeito de preparar é no mínimo esquisito. Primeiro cozida na panela e depois no forno ou frita. Apesar de disso, fica deliciosa e não é muito difícil de fazer. Esse tipo de massa possui uma grande vantagem: serve tanto para doces quanto para salgados.
Catarina de Medici
A primeira receita de  pâte à choux tem origem no século XVI, na França. Em 1533, Catarina de Medici deixou Florença com toda a sua corte, inclusive seus chefs,  para se casar com o Duque de Orleans, Henrique; o qual, em 1547, se tornaria rei da França. Em 1540, Pantarelli, chef principal da corte de Catarina, criou uma massa quente e levemente ressecada que ele utilizou para fazer gateuax.
Marie Antoine Carême
A receita original modificou-se bastante ao longo dos anos. Foi conhecida como massa Popelini quando era utilizada para fazer pequenos doces em formato de seios femininos. No século XVIII, um confeiteiro, chamado Avice, aperfeiçoou a massa e criou os bolinhos choux (choux = couve-flor, os bolinhos parecem pequenas couves-flores). Nessa época a massa passou a ser conhecida como pâte à choux.
 A receita do éclair se deve à confeiteira francesa Marie Antoine Carême (1784 - 1833), que aperfeiçoou a massa choux e criou o que conhecemos como bomba (massa choux em formato de tubo, recheada com creme confeiteiro e cobertura de fondant ou chocolate). A receita tornou-se muito difundida na França e na Inglaterra na segunda metade do século XIX.

 
Dicas Importante:
- Não trabalhe com a massa muito quente, morna será mais fácil de fazer formas regulares.
- Não asse os éclairs com forno muito quente.
- É possível conservar a massa do éclair já cozida, dura cerca de 2 meses em recipiente hermético no congelador.
- Quando estiver formando os éclairs, corte a massa do bico de confeiteiro com uma faca molhada com água.
- Evite o contato da superfície do creme confeiteiro com o ar, isso impedirá a formação de crosta.
- A cobertura pode ser substituída por fondant colorido, ganache de chocolate, chocolate ou apenas açúcar de confeiteiro.
- Não tente adicionar todos os ovos de uma só vez, isso pode fazer com que a massa choux não se agregue novamente.
- O creme confeiteiro pode ser preparado com licores, conhaques ou outras essências.
- Se você tem dificuldade para fazer mingau sem bolinhas, tome muito cuidado para preparar o creme confeiteiro. Nunca use fogo alto!

Referências:
Juillet, Claude. Classic Patisserie: An A-Z Handbook. Butterworth-Heinemann Ltd. 1998.
Gouffé, Jules. Le livre de pâtisserie, HAchette, 1873 (re-edição 2009).

Observação: o termo confeitaria - e suas derivações - foi utilizado como tradução de pâtisserie (francês) e pasticceria (italiano).  A tradução ideal seria pastelaria, termo utilizado em Portugal; entretanto, no Brasil, pastelaria remete à produção de pastéis e não de alimentos doces à base de farinha.

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