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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Culinária francesa x italiana

Sempre me perguntam porque prefiro os livros de culinária e receitas francesas às italianas. A resposta?! Os franceses são mais cuidadosos, meticulosos, conseguem lidar bem com sabores novos e arriscar enquanto os italianos fazem muito bem o "feijão com arroz", mas não arriscam, não experimentam, não possuem a delicadeza e deixam toda a inventividade e criatividade para áreas em que o seu estômago não seja afetado. Um italiano padrão quer comer pasta ao sugo sempre, não importa se está no Japão, na India, na Alemanha ou na França. Essa é a grande diferença. O francês é chato, geralmente muito chato, acha que faz a melhor comida do mundo.  Eu particularmente acho que eles fazem, principalmente porque sabem agregar sabores exóticos e criar pratos fenomenais. Os italianos?! São aparentemente menos chatos, parecem mais flexíveis, têm a certeza de que fazem a melhor comida do mundo. Sim, eles tem certeza absoluta de que são os melhores. Realmente a comida italiana é deliciosa e se espalhou mundo a fora. O engraçado é que os italianos só comem comida italiana. Em qualquer lugar do mundo eles buscam desesperadamente por uma Tratoria ou ao menos uma pizza a taglio. Os pratos são menos elaborados, mais rústicos. O tomate e o azeite de oliva são base para quase tudo. Ok, na França usa-se muita manteiga e creme de leite...Mas, vocês já viram quantas variações possíveis para um simples creme de leite em uma receita francesa? Bom, essa é só uma pequena observação depois de enxergar um pouco das coisas por aqui. Um bom exemplo é o supermercado. Na rede italiana mal se encontram os temperos básicos; vire-se você com pepperoncino, manjericão e salsinha; quando tem. Na rede francesa, delícia, manjericão, alecrim, salsinha, orégano, pimenta, molho inglês, vários tipos de mostrada, noz moscada, gengibre, curry, páprica.... nem preciso continuar né?! Fora a carne! O boi da rede francesa é também francês. Cortes ótimos! Compra-se um bom pedaço de sirloin por um preço justo. O italiano?! Ha Ha Ha. Aprenda a comer o maldito vitelo (o boi bebê italiano), a carne de boi que cozida fica com cara de frango. Ou, quem sabe opte pelo tacchino!!!! Tacchino! Tacchino!!!!! E dá-lhe frango. Isso que a minha comida favorita ainda é um bom prato de pasta!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vinhos Lagrein

O título rimou, mas não foi intencional. Rima horrosa por sinal! De novo, mas deixa pra lá.. Atendendo a pedidos, uma série de postagens sobre bebidas. Afinal, nem todo mundo cozinha! Não sou someliê nem nada equivalente, mas como também não sou chef, nem gourmet e muito menos pâtissier e só publico receitas, vou me arriscar no mundo das bebidas também. Resumidamente, tudo que eu escrever por aqui pode ser uma grande bobagem, mas prometo me esforçar!
Vocês já estão carecas de saber que por aqui está muito calor. Ai meu Deus! Vai falar de calor de novo... As altas temperaturas dão destaque para os vinhos brancos e espumantes; bem como para as cervejas leves. Desde o final do ano passado estamos em uma febre de vinhos rosés. Os rosés franceses são absolutamente fenomenais, como quase tudo o que os franceses fazem na "área alimentar".  O cuidado, a minúcia e a técnica são características marcantes da culinária francesa e da poesia também; eu acho ou escutei "alguém" dizer. A Mercearia do Francês (Rua Itacolomi, 636 - Higienópolis - São Paulo) apresentava uma ótima seleção de vinhos brancos e rosés no último verão. O Côte du Rhône rosado é um vinho delicioso, perfeito para o dias quentes. Tentamos comprá-lo por aqui, mas ainda não conseguimos. A Enoteca que costumamos frequentar vende praticamente só vinhos de origem italiana. É a super-valorização do produto nacional. Graças à falta de vinhos franceses acabamos conhecendo os Lagrein.

Lagrein é uma variedade de uvas típica do norte da Itália, da região conhecida como Trentino-Alto Adige/Südtirol que compreende as províncias de Bolzano e Trento. Essa região faz fronteira com a região do Tirol na Austria e com as províncias do Veneto e Lombardia na Itália. Ela fez parte do império austro-hungaro e seus predecessores, sendo anexada à Itália somente em 1919. A uva Lagrein produz vinhos tintos com bastante tanino e rosés perfumadíssimos. Essa variedade de uva é cultivada também na Austrália. O sabor do vinho é leve, mineral, o perfume geralmente lembra frutas vermelhas. O sabor e o aroma são tão delicados que quando o vinho é servido excessivamente gelado quase desaparecem por completo. Seguem dois ótimos Lagrein, um da Cantina Mezzacorona, eleita a cantina do ano de 2009 pela Wine Enthusiast Magazine e o outro da Cantina Peter Zemmer, que recebeu várias menções honrosas no Concurso Enológico Internacional - Vinitaly 2010.

Infelizmente em uma rápida busca pela internet não encontrei nenhum dos dois vinhos disponíveis para compra no Brasil. Apenas um semelhante, também rosé Lagrein (Alois Legeder - 2006), por R$ 65, 00 na Mistral.