terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma crítica para o forno!

E não é que alguém resolveu escrever uma crítica sobre o "Forno de Ensaio". Lógico que foi um amigo. E, não poderia ser diferente, pois o blog é acessado prioritariamente pelos amigos. Adorei a crítica! Muito obrigada Jessé! Fiquei muito feliz em saber que mesmo os não cozinheiros se divertem um pouquinho com os meus textos. O Jessé destaca as postagens sobre as cervejas 1664 e Lambic.  Tenho uma lista infindável de cervejas que provamos, fiz anotações e ainda não publiquei no blog. Prometo que tentarei dar um pouco mais de atenção aos leitores cervejeiros! A crítica foi publicada, em oito partes, no perfil do autor no facebook. Reproduzo aqui no blog. Afinal, não só as receitas e reviews merecem espaço por aqui.

Forno de Ensaio
Por Jessé de Almeida Primo

Após finalmente descobrir que poderia transformar o FACEBOOK num espaço para comentar literatura, praticamente não tenho feito outra coisa desde então. Devo dizer que dá muito trabalho: com a limitação de 420 caracteres ou só posso postar poemas com poucos versos ou dividi-los por partes... e fazer as indicações. Com os comentários, o procedimento é o mesmo.

Vamos agora ao que de fato interessa: há alguns blogs de literatura e de discussões culturais em geral que acompanho, entre os quais o de Pedro Sette-Câmara e o Ars Poetica, do poeta Érico Nogueira. No blog de Nogueira, para facilitar nossa vida, encontramos indicações com links para vários outros. E um em especial me chamou atenção: O Forno de Ensaio.

Eu que já acompanhava o Ars Poetica desde sua fundação, a indicação daquele me despertou a curiosidade. Afinal, era a primeira vez que vi aquele nome. Cliquei nele na expectativa de encontrar mais comentários a romances e poesias, enfim críticas literárias. Eis que é na verdade o mesmo Petit Plats da bióloga – e por que não ensaísta - Adriana Invitti que acompanhava antes.

Devem estar se perguntando por que razão falar de um blog de receitas. Digamos que é um blog ecumênico: serve tanto para as mulheres que querem segurar o maridão com os quitutes infalíveis como servem ao propósito de uma boa leitura. Isso mesmo: para mim não teria outra serventia. Não tenho dom para pratos criativos. Só sei fazer feijão, arroz, macarrão, cozinhar ou assar carne.

Eu sempre digo que não tenho inveja de poetas porque só invejo das pessoas a capacidade de fazer aquilo que também posso fazer. Por exemplo, posso invejar a desenvoltura com que Érico Nogueira ou Pedro Sette-Câmara escrevem crítica literária, mas não sua poesia. Afinal, sou ontologicamente impedido de escrever poemas.

Lendo Forno de Ensaio descobri outra coisa que não posso invejar: fazer pratos criativos a um só tempo agradáveis à vista e ao paladar. Por isso não ponho em prática suas receitas. Mas acho admirável – para não dizer invejável – a graça com que essas receitas são escritas, e mais ainda a descrição das circunstâncias em que as idéias dessa Ars Culinaria aparecem.

Nesse blog nos deparamos com uma série de textos em que o refinamento do espírito, a desenvoltura da inteligência e outros luxos da alma se manifestam não em comentários aos livros mais importantes da história da cultura: mas em simples comentários aos prazeres do paladar. Outra coisa admirável é que autora não tem sentimento de culpa com relação ao seu próprio refinamento.

Enfim, o verbo relacionado aos prazeres do prato se manifestam com a mesma dignidade das falas das divertidíssimas personagens femininas das peças de Oscar Wilde, como as maravilhosas Lady Bracknell e sua filha Gwendolen, da comédia The Importance of Being Earnest. Para encerrar, cara Adriana, estamos imaginando com quantos quilos a mais Érico retornará ao Brasil.

 

PS. Aviso que pelo contrário, Érico emagreceu... Vai saber o que isso significa! rs...

Um comentário:

  1. Eu preciso deixar registrado que eu é que posso invejar o que o Jessé escreve como crítico.

    Detesto rasgação de seda, não sou chegado a comentar em blogs, mas nesse caso é preciso falar.

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