sexta-feira, 9 de julho de 2010

Il était une fois...

O tédio europeu... Sim! A sensação é de estar flutuando no mar morto; previsível, lento e morre-se de desidratação, mas não de afogamento. Esta era a sensação após o primeiro mês. Depois de uma busca insana por apartamento e de muitos percalços o ritmo diminuiu e tudo tomou o ritmo europeu. O doutorado piano piano è diventato lontano. O curso de italiano?! Melhor nem comentar. A primeira solução: viajar todos os meses, assim nada de tédio. Ok! Viaja-se por 5 ou 7, talvéz 10 dias e os outros 20? Acordar... arrumar a casa... jogar porcarias ville... fazer o almoço... lavar a louça... ir ao mercado... academia... banho... preparar o jantar... ver "tv"... dormir... Não, essa rotina não! Trabalhar?! Lavando pratos... Não tenho mais 20 anos pra achar bonito lavar pratos na Europa. Gosto de conforto. Tinha conforto antes de vir, vou continuar tendo. Ah! Dona Tereza e a minha manicure como fazem falta; mas tudo bem! Agora, não fiz mestrado etc e tal pra terminar lavando pratos. Melhor não entrar neste assunto...
O ponto é: precisava de motivação. A resposta foi: cozinhar! O mamute devora e eu me divirto. Caos caos caos!!!!!! Que caos! As panelas são horrorosas. Queimam! O forno?! Violento e sem regulagem! Minha vida culinária resumiu-se a uma frigideira, uma forma de pizza e uma refratária. A comida do dia-a-dia foi resolvida. Uma panela inutilizada e aprendi a lição. Alguém gosta de bolo sabor fumaça? Não teve jeito. O aquecimento do forno é muito desigual, o bolo feito na refratária, ou sai meio queimado ou meio cru. Testamos os dois e ambos são intragáveis.
Bendito dia em que descobri os bignè (vulgo: carolinas). Deliciosos, maravilhosos, perfeitos! E, não dependem propriamente da qualidade do forno. Recheados na força, sem nenhum equipamento adequado. Ainda assim lindos e deliciosos! (Aprovação do mamute e mais um amigo).
E veio Portugal! Uma viagem excelente, amigos acolhedores, falava-se português (obviamente), temperaturas amenas, comida deliciosa, saudades de casa. E fez-se a luz... livros franceses, lindos, coloridos, simpáticos e... tcham tcham tcham tcham! ... com "moules" silicone!!! Veio a obsessão! Quero! Preciso! Bisogno! What else! Ganhei meus três livrinhos... prometi aprender francês. Ganhei de lambuja um de doces conventuais, que depois de ler no avião, tive certeza que, apesar de interessante, será pouco utilizado. E, assim, tudo começou. Já passou um tempinho e o Lampadinha (o invitti inventor) está cada vez mais empolgado! Vamos ver se, alguém além do mamute, aprova os pratos da Liubinha.
E a Librairie Française... em Roma, aqui do lado!

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