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Skål com Pripps Blå |
Beber na Suécia não é tão simples quanto no Brasil ou aqui na Itália. A terra dos elfos tem regras específicas para a comercialização de bebidas alcóolicas, bem diferentes do que estamos acostumados no Brasil. O jeito mais fácil de encontrar uma bebida que não seja de criança (teor alcoólico superior a 3,5%) é nos bares e pubs. Entretanto, também é a maneira mais cara (uma pint de cerveja nacional custa em torno de 40 skr, ou 10 reais). Esqueça o mercado! Os mercados e supermercados só podem vender bebidas alcoólicas com até 3,5%. Foi muito estranho ver na prateleira uma Guiness com 3,5% de álcool. As lanchonetes e quiosques de salsicha na rua, até 2,1%. Sério, 2,1%! Melhor pedir um refrigerante! A única vantagem de beber no quiosque é que a latinha que vem morna fica estupidamente gelada em poucos minutos. Peculiaridade de lugares que são mais frios do que o freezer da sua geladeira... O único lugar que comercializa bebidas com os teores alcoólicos que estamos acostumados é o
Systembolaget.
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Sábado no pub com Dr. Xapatinhos. |
Com esse nome e considerando que estavam juntos Érico, Corvo e Cacá; o local foi rapidamente apelidado de BolaGato. Durante nosso passeio de sábado, procuramos por um BolaGato... Todos fechados! Outro detalhe importante: se você pretende beber na Suécia, programe-se com antecedência, pois os BolaGatos fecham no sábado as 15hs e não abrem aos domingos. Durante a semana ficam até as 20h, afinal, não é no final de semana que as pessoas bebem...
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Akvavit |
Só mais um pequeno detalhe antes de passar para a parte que realmente interessa: as bebidas que provamos. Mesmo nos bares as cervejas são diferenciadas pelo teor alcoólico. A Suécia não é um grande país cervejeiro, então não existe muita variação de sabor entre as cervejas tipicamente suecas. Existe sim, variação de teor alcoólico:
Starköl - cerveja forte, acima de 4,5%;
Mellanöl - cerveja média, entre 3,5 e 4,5% e
Folköl - cerveja do povo, entre 2,1 e 3,5%. Em posse de todas essas informações, tendo perdido o horário do BolaGato e verificando que todos os bares de Estocolmo são extremamente aconchegantes optamos por beber no bar mesmo.
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Barraquinha de Glögg |
O frio que faz em Estocolmo definitivamente atrai bebidas. Em muitos momentos bebemos uma coisinha ou outra pra ajudar o corpo a esquentar. Realmente funciona! No dia em jantamos no
Tennstopet Restaurang provamos a cerveja
Pripps Blå, versão
starköl e os meninos encararam o
snapps mais conhecido da Suécia (depois da vodka Absolut), o
akvavit. O
akvavit é servido em uma tigelinha com gelo e deve-se colocar no copo somente a quantidade para beber em um gole só. Melhor não deixar esquentar, senão fica bem mais difícil de beber. O sabor é bem parecido com o de uma pinga seca com um retrogosto de alcaçuz. Até que é gostosinho... Os meninos adoraram! Quanto a cerveja, gostosa, mas nada de especial; uma larger padrão. No dia seguinte, o dia das andanças, descobrimos uma bebida fenomenal para o frio: o
Glögg, vinho quente com especiarias, amêndoas, passas e um pouco de
snapps. Em muitas áreas da cidade tem barraquinhas de
Glögg, que é servido como se fosse um cafezinho junto com um
Pepparkakor (deliciosos biscoitinhos de gengibre).
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Glögg |
Os bares também servem o
Glögg, só que de um jeito bem mais sofisticado e mais alcoólico também. Nossa noite de sábado foi regada à
Falcon, uma
starköl um pouco mais amarga do que a
Pripps Blå, e
akvavit. Muito
akvavit! Ao som do Dr. Xapatinhos, os meninos acabaram com a akvavit do bar. Passaram para os snapps dinamarqueses... coisa de viking, ou melhor, bárbaro. Mas, a Dinamarca fica para outra postagem... A grande vantagem foi o calor da ressaca para aquecer os corpos nos 15 minutos de caminhada, com neve na cara, -15ºC, até chegar na estação de trem. Ufa! E, que venha Copenhague!
Skål!