quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Torta de Cenoura com Frango Cremoso

O frango definitivamente não é dos pratos preferidos do mamute. Na verdade, ele passaria muito bem sem comer nada de frango. Entretanto, ele adora uma torta salgada. Ficou exultantante quando decidi soltar a criatividade e criar não só recheios diferentes, como massas com sabor especial. Já que frango não é muito a "praia" do mamute, ainda vou ter que fazer essa torta para a minha cunhada testar. Ela sim vai realmente apreciar essa delícia.  De qualquer forma, o mamute adorou e aprovou a receita! A torta salgada de frango é um "clássico" na cozinha brasileira. Vejam como ficou esse clássico com uma pitada a mais de cores e sabores!

Dicas:
- Não corte tirar muito largas de frango, pois elas podem não cozinhar adequadamente.
- Substitua a mussarela por queijo minas frescal, o efeito é o mesmo, pois a mussarela que uso por aqui é a mussarela para cozinha, que tem menos calorias e forma um bom creme quando derrete.
- As cenouras devem estar bem raladas para a massa.
- Você pode usar como recheio aquele frango que sobrou do dia anterior. É só desfiar!
- Pode ser servida quente ou fria.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Rumo ao Norte ou a Fuga do Calor

Queridos leitores, 

Daqui a pouco embarco para Berlim. Vamos ver o que consigo de bom para o blog por lá. Já prometi falar um pouco das cervejas, o que será um ótimo tema já que passarei também pele Holanda e Bélgica. De qualquer forma não vou deixá-los sem receitinhas novas. Tenho duas tortas deliciosas "no forno" para vocês.

Tchüs!

Adriana

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Torta de Cebola com Camarão Cremoso

Antes que meus queridos leitores sofram um "choque hiperglicêmico", pois as últimas postagens abusaram no açúcar, segue uma deliciosa receita salgada. Torta de Cebola com Camarão Cremoso! A massa da torta lembra muito um pastel assado de cebola, levemente adocicada. Em São Paulo, havia um pastel assado de cebola fenomenal no Central 22 (Rua Avanhandava, 22 - São Paulo - SP). Era realmente de dar água-na-boca só que, para tristeza dos seus fãs, ele foi completamente eliminado do cardápio. Será que um dia volta? Espero que sim. Voltando a torta... O recheio é de camarão cremoso com bastante pimenta. A mistura de sabores fica muito interessante. Ah, lembram dos vinhos Lagrein rosés? Ficam perfeitos com essa torta!
Dicas:
- Não use camarão "farelo", pequeno quer dizer com pelo menos 2cm.
- Substitua a mussarela por queijo minas frescal, o efeito é o mesmo, pois a mussarela que uso por aqui é a mussarela para cozinha que tem menos calorias e forma um bom creme quando derrete.
- É possível substituir as azeitonas verdes por pretas, mas muda significativamente o sabor final.
- Pode caprichar na pimenta, como a massa é levemente adocicada o recheio bem apimentado é perfeito. - Pode ser servida quente ou fria.


sábado, 21 de agosto de 2010

Cupcakes ou a Revolta dos Cupcakes

Os cupcakes, pelo que percebo daqui, viraram uma verdadeira febre no Brasil. Sempre vejo fotos desses pequenos e lindos bolinhos que, em geral, possuem aparência apetitosa. Mas será que são tão gostosos quanto bonitos?! Pois é, nem sempre. Muitas vezes a preocupação com a estética e a beleza são tamanhas, que o sabor fica esquecido. Um bolinho mequetrefe de baunilha com uma linda e gorda cobertura de manteiga! Definitivamente o custo-benefício não vale a pena, come-se uma tonelada de calorias pelo mesmo sabor do bolo industrializado que você compra no supermercado. Posso estar exagerando, pois, na verdade, prefiro um saboroso e "feioso" muffin.  Os muffins sim: com muito recheio, muito sabor, também muito pesados; mas calorias que realmente valem a pena. Estou vencendo este preconceito, já encontrei receitas absolutamente maravilhosas de cupcakes. Em geral, elimino a tal cobertura de manteiga e faço só o bolinho mesmo. Melhor assim! Mas, voltando ao que eu realmente queria comentar. Comecei a falar dos cupcakes no Brasil porque li uma reportagem no Terra que traz versões lindíssimas e possivelmente deliciosas desses bolinhos. Vale a pena dar uma olhada, alguns são de dar água na boca.

http://www.terra.com.br/culinaria/infograficos/cup-cakes-a-brasileira/index.htm

Apesar de mostrar cupcakes lindos, fiquei um pouco incomodada com o texto inicial. Ele é de uma imprecisão que me irritou. Ok ok... distância da familia e amigos, ver de longe a política brasileira cada vez mais refém de um partido, tempo demais sem sair de Roma têm me deixado mais sensível e exaltada. Vamos aos fatos:

Erro 1:  "Os italianos ficam estarrecidos diante das nossas pizzas doces ou dos sabores que misturam vários ingredientes." Deus do céu! A mocinha que escreveu a resportagem parece nunca ter pisado por aqui. Em Napoli e no interior da Campania pode-se encontrar pizzas muito semelhantes às brasileiras, com borda recheada e uma mistureba de coisas. Além de muito recheio, muito mesmo! Fora isso, é extremamente usual encontrar pizza de nutella no cardápio de sobremesas. Vamos e venhamos, não é porque a pizza italiana não tem catupiry, queijo tipicamente brasileiro, nem banana com canela que vai ser "menos criativa" do que a pizza brasileira.

Erro 2:  "Os japoneses nunca entenderam como a combinação de peixe com arroz pode gerar a infinidade de sushis e sashimis que temos por aqui." Nunca entenderam porque acham uma coisa absolutamente bizarra você estragar um sushi com cream cheese, tomates secos ou maionese. E também devemos levar em consideração que a variedade de sashimis é unicamente dependente da biodiversidade do oceano, afinal sashimi nada mais é do que um peixe ou fruto do mar fatiado.

Erro 3 (talvez o menos ruim): "Os cupcakes, típicos doces americanos, chegaram ao Brasil não faz muito tempo e já têm sabores jamais imaginados na terra de Obama." - Sim cupcakes são doces muito difundidos nos EUA, mas são de origem inglesa. Só não levavam esse nome lá na Inglaterra. Foram denominados cupcakes por Elisa Leslie, em um livro de culinária publicado em 1828. Uma americana, sim, mas que possui um irmão inglês e inclusive passou a infância com os pais na Inglaterra. Será que ela não trouxe a idéia de lá?! Quanto aos sabores, que grande mérito criativo existe em encolher clássicos como o bolo de fuba ou adicionar frutas tipicamente nacionais? Definitivamente essa moça nunca pisou em uma confeitaria européia. A terra de Obama...

Não nego de maneira nenhuma que o brasileiro é criativo, afinal sou brasileira. Só acho que o ufanismo nacional não pode ser desmedido. No final das contas, minhas críticas nada tem com os cupcakes. Só queria que as coisas fossem escritas com algum embasamento que não fosse os devaneios de uma cabeça desinformada ou mal informada. Mesmo que sobre assuntos com "importância meramente culinária". É por isso que o Brasil vai pra onde vai...


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mãozinha do Leitor - Bolinhos de Cenoura com Chocolate

Essa semana fiquei muito feliz ao abrir meu email. Deparei-me com uma bela receita, cheia de fotos, dicas e impressões. Uma receita com a cara do blog. Achei ótimo que além de acompanhar e eventualmente fazer as receitas enviando a sua opinião, o leitor agora também está colaborando com o conteúdo do blog. Obrigada Betina pela iniciativa e espero que todos os leitores sintam-se a vontade para também colaborar. Segue a receita dos Bolinhos de Cenoura recheados com chocolate, que a Betina fez para engordar um pouquinho mais o Bico! Parecem deliciosos! 


por Betina Peixoto - Belgrado - Sérvia

Dicas da Betina:
- Se o chocolate não descer sozinho, dar uma 'leve' empurradinha pra ele não ficar na superfície (ver exemplo na forminha do canto, nas fotos do modo de preparo).
- Você pode usar qualquer tipo de chocolate.
- Quanto mais grosso o chocolate, menos ele derrete.

sábado, 14 de agosto de 2010

Bolinhos de Laranja

Bolo de laranja tem sabor de infância. Minha mãe fazia um absolutamente delicioso. O tempo passa e parece que as receitas vão ficando esquecidas na gaveta. O primeiro bolo feito aqui na Itália foi de laranja. O mamute é absolutamente viciado em laranjas! Uma receitinha mequetrefe que eu peguei na internet. Ficou gostosinho, mas nada demais. Além disso, ele foi o primeiro teste do forno no cozimento de bolos. E, se lembrarem da primeira postagem aqui do blog, o forno é um desastre! A receita a seguir não é a da minha mãe, infelizmente. É um mal de família fazer receitas de cabeça e não conseguir colocá-las no papel. Sempre com uma adaptação aqui, outra acolá e uma nova delícia no final. Entretanto, essa receita fica fenomenal! Segue a receita dos bolinhos de laranja mais fofinhos do mundo, ou seria do universo?!


Dicas:
- Bater na mão é bastante cansativo, prefira a batedeira.
- Cubra os bolinhos com ganache de nutella ou suco de laranja com um pouco de açúcar.
- A etapa da manteiga é muito importante para a leveza dos bolinhos, portanto sem preguiça!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vinhos Lagrein

O título rimou, mas não foi intencional. Rima horrosa por sinal! De novo, mas deixa pra lá.. Atendendo a pedidos, uma série de postagens sobre bebidas. Afinal, nem todo mundo cozinha! Não sou someliê nem nada equivalente, mas como também não sou chef, nem gourmet e muito menos pâtissier e só publico receitas, vou me arriscar no mundo das bebidas também. Resumidamente, tudo que eu escrever por aqui pode ser uma grande bobagem, mas prometo me esforçar!
Vocês já estão carecas de saber que por aqui está muito calor. Ai meu Deus! Vai falar de calor de novo... As altas temperaturas dão destaque para os vinhos brancos e espumantes; bem como para as cervejas leves. Desde o final do ano passado estamos em uma febre de vinhos rosés. Os rosés franceses são absolutamente fenomenais, como quase tudo o que os franceses fazem na "área alimentar".  O cuidado, a minúcia e a técnica são características marcantes da culinária francesa e da poesia também; eu acho ou escutei "alguém" dizer. A Mercearia do Francês (Rua Itacolomi, 636 - Higienópolis - São Paulo) apresentava uma ótima seleção de vinhos brancos e rosés no último verão. O Côte du Rhône rosado é um vinho delicioso, perfeito para o dias quentes. Tentamos comprá-lo por aqui, mas ainda não conseguimos. A Enoteca que costumamos frequentar vende praticamente só vinhos de origem italiana. É a super-valorização do produto nacional. Graças à falta de vinhos franceses acabamos conhecendo os Lagrein.

Lagrein é uma variedade de uvas típica do norte da Itália, da região conhecida como Trentino-Alto Adige/Südtirol que compreende as províncias de Bolzano e Trento. Essa região faz fronteira com a região do Tirol na Austria e com as províncias do Veneto e Lombardia na Itália. Ela fez parte do império austro-hungaro e seus predecessores, sendo anexada à Itália somente em 1919. A uva Lagrein produz vinhos tintos com bastante tanino e rosés perfumadíssimos. Essa variedade de uva é cultivada também na Austrália. O sabor do vinho é leve, mineral, o perfume geralmente lembra frutas vermelhas. O sabor e o aroma são tão delicados que quando o vinho é servido excessivamente gelado quase desaparecem por completo. Seguem dois ótimos Lagrein, um da Cantina Mezzacorona, eleita a cantina do ano de 2009 pela Wine Enthusiast Magazine e o outro da Cantina Peter Zemmer, que recebeu várias menções honrosas no Concurso Enológico Internacional - Vinitaly 2010.

Infelizmente em uma rápida busca pela internet não encontrei nenhum dos dois vinhos disponíveis para compra no Brasil. Apenas um semelhante, também rosé Lagrein (Alois Legeder - 2006), por R$ 65, 00 na Mistral.

domingo, 8 de agosto de 2010

Bolo de Carne

Essas duas últimas semanas andei meio preguiçosa, é verdade. Não postei nada antes por diversos motivos, e o mais relevante deles é que não estava conseguindo cozinhar. Dessa vez não foi o calor, afinal: quem acostumou com a temperatura beirando os 40ºC sente-se muito confortável com pequenas variações em torno dos 30ºC. Foi culpa de uma herança familiar mesmo, minha alergia! Minhas mãos estavam um horror e assim fica impossível cozinhar. Agora já está tudo bem e o mamute não precisa mais ajudar a lavar a louça ou descascar cebola e alho. Hoje é um bom dia para postar uma receita salgada, afinal é dia dos pais e, em geral, os homens apreciam muito mais pratos salgados do que doces. Meu pai é um grande cozinheiro! Adorava acordar toda a família no domingo de manhã para preparar o almoço ao som das Quatro Estações de Vivaldi. Colocava cada um para picar ou mexer alguma coisa e inventava muito, ah, como inventava! Horas preparando macarrão, molhos, carnes e peixes. À minha mãe cabia sempre o pudim de leite condensado (absolutamente fenomenal) e "logicamente" toda a louça. Importante lembrar que homens quando cozinham não são econômicos na louça, ainda mais meu pai: engenheiro químico que adora potinhos, facas, peneirinhas, funis e tudo mais que for possível sujar. Apesar de na adolescência abominar esse ritual familiar, pois ele não poupava nem as amigas que porventura tivessem dormido em casa, hoje sei que realmente aprendi a cozinhar nesses domingos e feriados. Nunca vou esquecer a frase: "A emulsão, você tem que manter a emulsão!" dita enquanto eu tentava preparar minha primeira maionese. Ou os testes relacionados ao aroma dos temperos. Ou quem sabe as experiências que ultrapassavam a culinária, como jogar diferentes compostos químicos na boca do fogão pra ver o fogo mudar de cor. Divertidíssimo! Apesar de a comida ideal para o dia dos pais ser um belo churrasco, segue a receita de um delicioso bolo de carne... uma ótima pedida também!
O bolo de carne tem origem européia. Existem registros da sua preparação já no século V a.C. e ele é citado no livro de culinária romano, o Apicius. O bolo de carne é bastante tradicional na Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália. As famosas almôndegas (polpetta) são a versão "mini" do bolo de carne (polpettone). As receitas de almôndega e bolo de carne se confundem muitas vezes. A base é geralmente o macinado de uma carne magra e tenra, que recebe a adição de diferentes tipos de farinha ou pão, bem como temperos para formar uma massa. Essa massa pode ser recheada com os mais variados tipos de recheio ou simplesmente enrolada e cozida. Nas Américas, o bolo da carne é bastante difundido nos Estados Unidos (meatloaf) e no Brasil. Em 2007, foi eleito o sétimo prato favorito dos norte-americanos (Good Housekeeping website). Tornou-se tão famoso, não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil, por ser um prato muito saboroso que possui baixo custo; ao menos em relação a outros pratos com carne.
Segue a receita do Bolo de Carne. Esta versão é bem temperada, em homenagem ao meu pai e ao mamute! Ambos adoram pratos com "explosão de sabores"; leia-se: alho, pimenta, mostarda e afins!
 
Dicas:
- Você pode utilizar quase qualquer tipo de queijo no recheio, como: provolone, prato, ricota, minas, chedar, entre outros.
- O recheio pode variar ser de acordo com a sua criatividade: milho, ervilha, legumes em geral, salames, presunto, ovos, cogumelos. Ou seja, o que estiver disponível na cozinha e você quiser usar.
- O tempero do recheio também pode variar: salsinha, cebolinha, sálvia, manjericão, manjerona são alguns exemplos.
- Experimente substitui a carne bovina moída, por frango, peru ou porco, também fica uma delícia!
- Não exagere no tempo de forno, isso pode deixa o bolo muito ressecado.