Essas duas últimas semanas andei meio preguiçosa, é verdade. Não postei nada antes por diversos motivos, e o mais relevante deles é que não estava conseguindo cozinhar. Dessa vez não foi o calor, afinal: quem acostumou com a temperatura beirando os 40ºC sente-se muito confortável com pequenas variações em torno dos 30ºC. Foi culpa de uma herança familiar mesmo, minha alergia! Minhas mãos estavam um horror e assim fica impossível cozinhar. Agora já está tudo bem e o mamute não precisa mais ajudar a lavar a louça ou descascar cebola e alho. Hoje é um bom dia para postar uma receita salgada, afinal é dia dos pais e, em geral, os homens apreciam muito mais pratos salgados do que doces. Meu pai é um grande cozinheiro! Adorava acordar toda a família no domingo de manhã para preparar o almoço ao som das Quatro Estações de Vivaldi. Colocava cada um para picar ou mexer alguma coisa e inventava muito, ah, como inventava! Horas preparando macarrão, molhos, carnes e peixes. À minha mãe cabia sempre o pudim de leite condensado (absolutamente fenomenal) e "logicamente" toda a louça. Importante lembrar que homens quando cozinham não são econômicos na louça, ainda mais meu pai: engenheiro químico que adora potinhos, facas, peneirinhas, funis e tudo mais que for possível sujar. Apesar de na adolescência abominar esse ritual familiar, pois ele não poupava nem as amigas que porventura tivessem dormido em casa, hoje sei que realmente aprendi a cozinhar nesses domingos e feriados. Nunca vou esquecer a frase: "A emulsão, você tem que manter a emulsão!" dita enquanto eu tentava preparar minha primeira maionese. Ou os testes relacionados ao aroma dos temperos. Ou quem sabe as experiências que ultrapassavam a culinária, como jogar diferentes compostos químicos na boca do fogão pra ver o fogo mudar de cor. Divertidíssimo! Apesar de a comida ideal para o dia dos pais ser um belo churrasco, segue a receita de um delicioso bolo de carne... uma ótima pedida também!
O bolo de carne tem origem européia. Existem registros da sua preparação já no século V a.C. e ele é citado no livro de culinária romano, o Apicius. O bolo de carne é bastante tradicional na Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália. As famosas almôndegas (polpetta) são a versão "mini" do bolo de carne (polpettone). As receitas de almôndega e bolo de carne se confundem muitas vezes. A base é geralmente o macinado de uma carne magra e tenra, que recebe a adição de diferentes tipos de farinha ou pão, bem como temperos para formar uma massa. Essa massa pode ser recheada com os mais variados tipos de recheio ou simplesmente enrolada e cozida. Nas Américas, o bolo da carne é bastante difundido nos Estados Unidos (meatloaf) e no Brasil. Em 2007, foi eleito o sétimo prato favorito dos norte-americanos (Good Housekeeping website). Tornou-se tão famoso, não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil, por ser um prato muito saboroso que possui baixo custo; ao menos em relação a outros pratos com carne.
Segue a receita do Bolo de Carne. Esta versão é bem temperada, em homenagem ao meu pai e ao mamute! Ambos adoram pratos com "explosão de sabores"; leia-se: alho, pimenta, mostarda e afins!
Dicas: - Você pode utilizar quase qualquer tipo de queijo no recheio, como: provolone, prato, ricota, minas, chedar, entre outros.
- O recheio pode variar ser de acordo com a sua criatividade: milho, ervilha, legumes em geral, salames, presunto, ovos, cogumelos. Ou seja, o que estiver disponível na cozinha e você quiser usar.
- O tempero do recheio também pode variar: salsinha, cebolinha, sálvia, manjericão, manjerona são alguns exemplos.
- Experimente substitui a carne bovina moída, por frango, peru ou porco, também fica uma delícia!
- Não exagere no tempo de forno, isso pode deixa o bolo muito ressecado.